De acordo com um porta-voz do piloto russo, Nikita Mazepin, o Tribunal de Justiça da União Europeia anulou as sanções impostas ao ex-piloto de Fórmula 1. Mazepin correu pela equipe Haas em 2021 e tinha um contrato para a temporada 2022, mas foi dispensado durante os testes de pré-temporada no ano passado, juntamente com o patrocinador-título da equipe, a Uralkali (de propriedade do pai de Mazepin), quando a Rússia iniciou uma ação militar na Ucrânia.
Após a aplicação de sanções maciças às empresas e oligarcas da Rússia, incluindo Dmitry Mazepin, pai de Nikita e CEO da Uralkali, o piloto foi impedido de correr em categorias automobilísticas regulamentadas pela FIA, que proibiu a participação de todos os pilotos russos. No entanto, pouco depois a FIA permitiu que pilotos russos corressem sob uma bandeira neutra, desde que assinassem um documento se distanciando das ações tomadas pelo presidente russo, Vladimir Putin.
No início deste ano, o Tribunal de Justiça da União Europeia decidiu permitir que Mazepin entrasse na União Europeia para negociar com equipes de Fórmula 1 e participar de outras categorias de automobilismo, desde que chegasse a um acordo com o órgão regulador dessas competições.
O Conselho da União Europeia ignorou as regras do Tribunal de Justiça da UE e estendeu as sanções contra Mazepin, o que foi posteriormente contestado pelos advogados do piloto.
“Nesta nova rodada, o Tribunal confirmou novamente o direito de Nikita, uma vez que ainda há necessidade de medidas provisórias para evitar danos graves e irreparáveis ao atleta”, disse seu representante, conforme citado pela publicação russa TASS.
“O Conselho da UE não apresentou provas convincentes em contrário. Nikita Mazepin continua com o direito de entrar na UE para buscar equipes, participar da Fórmula 1 e outras categorias. Ele também pode receber renda relacionada às atividades automobilísticas e negociar com patrocinadores.”
De acordo com os advogados de Mazepin, Davide Rovetta e Aaron Bass, a segunda decisão do TJUE que isentou o piloto russo das sanções, baseou-se no fato de que ele ‘não está envolvido’ no que está acontecendo na Ucrânia.
“O Presidente do Tribunal Geral não estava convencido de que ‘as medidas restritivas em relação ao requerente são fundamentadas em bases factuais suficientemente sólidas’ e reiterou que ‘o requerente é um jovem atleta que não está, de forma alguma, envolvido na agressão sofrida pela Ucrânia, e que não está envolvido em nenhuma atividade em setores econômicos que proporcionem uma fonte substancial de receitas ao Governo da Federação Russa”, afirmaram em um comunicado.
A decisão de março autoriza Mazepin a entrar na União Europeia para negociar e concluir acordos com equipes e patrocinadores que não têm relação com as atividades de seu pai, Dmitry. Ele também está autorizado a participar de atividades automobilísticas regulamentadas pela UE, incluindo sessões de testes necessárias para a renovação de sua superlicença.
Mazepin também pode abrir e usar uma conta bancária na UE para fins de suas atividades automobilísticas. No entanto, todas essas permissões são condicionais à adesão ao acordo de neutralidade da FIA e à assinatura do formulário de compromisso do piloto.
Porém, uma possível volta de Mazepin à Fórmula 1 não é nada provável, já que ele não apresentou nenhum desempenho de destaque em seu período na Haas, sendo superado constantemente pelo então companheiro de equipe, Mick Schumacher. Além disso, no momento existem muitos excelentes pilotos que também têm apoio finaceiro, disponíveis para quando surgirem novas vagas na categoria.