A Pirelli parece ter desistido de fazer revisões no composto de pneu C2 para a temporada 2024 da Fórmula 1, após realizar testes durante o final de semana do GP do Japão.
O fornecedor oficial de pneus da F1 procurou identificar se uma nova forma mais macia do composto C2 (o terceiro mais duro na faixa de C0 a C5), era necessária para aproximá-lo em desempenho do C3 e afastá-lo do C1.
Cada piloto recebeu dois conjuntos do composto de teste para usar nos treinos livres de sexta-feira no lendário circuito de Suzuka.
No entanto, relatos sugerem poucas mudanças no desempenho do novo composto, e é improvável que o protótipo C2 seja utilizado no próximo ano.
“Analisando os dados e também considerando a evolução da pista, acredito que o protótipo não tem a aderência que estávamos procurando”, disse o chefe da Pirelli, Mario Isola, ao Autosport. “Portanto, provavelmente continuaremos com o C2 atual para o próximo ano. Sem um resultado claro, um avanço claro na aderência, não há motivo para mudar e introduzir um novo composto quando temos o C2 atual que está funcionando bem. É apenas um pouco próximo demais do C1 e um pouco distante demais do C3, e é por isso que queríamos testar o protótipo.”
Com o teste do protótipo C2 concluído, a Pirelli agora se volta para o final de semana no México, onde um protótipo do composto C4 será testado.
O protótipo busca eliminar problemas de granulação e melhorar a resistência mecânica em comparação com o pneu C4 atual, que Isola disse à Autosport ser considerado ‘um pouco instável’ após o feedback de pilotos e equipes.
A aderência, o desempenho, e os níveis de degradação dos pneus, sempre foram um ponto de discussão na longa história da F1, com a Pirelli, o único fornecedor de pneus desde 2011, frequentemente enfrentando o desafio de criar um pneu adequado para corridas emocionantes e que atenda às demandas das equipes e engenheiros em busca de desempenho máximo.
Outra questão que a Pirelli tem enfrentado, é a implementação de seu composto de pneus para chuva, com muitos criticando por não ser adequado em condições de corrida e frequentemente levando a corridas em pista molhada sendo adiadas até que seja possível utilizar os compostos intermediários.
Além disso tudo, a Pirelli também tem estudado o uso de pneus sem o uso de cobertores térmicos, mas essa decisão foi adiada até pelo menos 2025, após várias reclamações de pilotos.
O futuro de longo prazo da Pirelli como única fornecedora de pneus na F1 também está sendo considerado, com o processo de licitação para 2025-2027 tendo sido aberto pela FIA no início deste ano.
A Bridgestone, antecessora da Pirelli como fornecedora de pneus na F1, é apontada como uma possível concorrente, mas vários chefes de equipes disseram no mês passado, que existem ‘muitos milhões de razões’ para continuar com a Pirelli no futuro.