Andrew Shovlin, diretor de engenharia de pista da Mercedes, admitiu a dificuldade que a equipe causou a Lewis Hamilton ao fornecer ‘o terceiro carro ruim consecutivo’ para o piloto. Shovlin destacou que Hamilton é ‘um piloto que nasceu para vencer corridas’, e a falta de competitividade afetou a motivação do heptacampeão de Fórmula 1.
Hamilton encerrou um jejum de 56 corridas sem vitórias no último GP da Inglaterra, em Silverstone. Após a corrida, o piloto confessou ter tido dúvidas sobre a possibilidade de voltar ao topo do pódio.
A vitória de Hamilton na Inglaterra foi a segunda da Mercedes este ano, com George Russell tendo vencido o GP da Áustria uma semana antes, se aproveitando da colisão entre Max Verstappen e Lando Norris.
Shovlin classificou o triunfo em Silverstone como um ‘clássico Lewis’, mas reconheceu a importância da conquista devido ao longo período sem vitórias do piloto. Questionado sobre a existência de dúvidas em Hamilton, o diretor da Mercedes afirmou ser natural o questionamento diante da falta de competitividade do carro.
“É inevitável, e acho que toda a equipe passou por um período assim”, disse Shovlin ao podcast F1 Nation. “Quando lançamos nosso terceiro carro ruim consecutivo, todos nós nos perguntamos: ‘Por que cometemos esse erro? Como fizemos isso de novo?’. Isso te faz questionar o que está sendo feito. E acho que o fato de não termos um carro competitivo dificultou para Lewis, porque ele é um piloto que nasceu para vencer corridas.”
“Têm sido anos difíceis para ele, com tantos resultados ruins. Não é que ele tenha tido corridas ruins o tempo todo, porque ele tem George como companheiro, que é um piloto incrivelmente rápido e muito difícil de superar. Lewis teve sua cota de corridas onde terminou na frente de George, mas simplesmente não podíamos vencer porque não tínhamos o carro para isso”, acrescentou.
Com a confirmação da ida de Hamilton para a Ferrari na próxima temporada, Shovlin destacou o desejo da Mercedes de terminar a parceria com chave de ouro.
“Quando Lewis anunciou que iria para a Ferrari, todos nós pensamos: ‘Bem, vamos fazer deste ano um ano para ser lembrado, vamos sair com algo para celebrar’. Então, toda a equipe esperava que este fosse um ano em que pudéssemos voltar a vencer corridas e ter alguns bons resultados, porque seria uma pena se esse capítulo absolutamente incrível da carreira de Lewis na Mercedes terminasse com três temporadas sem vitórias consecutivas. Estamos felizes por ele, felizes pela equipe, mas não há nada que desejemos mais do que encerrar esse capítulo com Lewis com um final feliz”, encerrou o diretor da equipe.