F1: Diretor técnico da AlphaTauri fala sobre vantagem do time no túnel de vento e fim do “porpoising”

No último sábado (11), a AlphaTauri revelou as cores do AT04, carro que vai disputar a temporada de 2023 da Fórmula 1. O modelo é uma evolução do AT03 do ano passado, um carro que acabou marcando apenas 35 pontos. 

Dessa forma, a equipe encerrou a competição na nona colocação. O frustrante resultado tem um lado positivo: o fato do time possuir mais tempo de desenvolvimento aerodinâmico que as outras equipes, ficando atrás apenas da Williams. 

Isso porque em 2021 foi introduzido um novo regulamento no campeonato para equilibrar a competição, do qual o time vencedor possui restrições no tempo gasto no túnel de vento e uso de CDF – sistema de análise da dinâmica de fluidos computacional, que visa simular por computador a aerodinâmica do carro. 

Contudo, Jody Egginton, diretor técnico da AlphaTauri, gostaria que a vantagem não fosse obtida: “Gostaria que não tivéssemos, porque isso significa que teríamos tido mais sucesso em 2022 e uma posição mais alta no campeonato, mas a regra é pragmática e justa”, declarou. 

“Obviamente, você tem mais corridas no túnel de vento, mais oportunidades de desenvolvimento aerodinâmico. A ocupação do túnel de vento torna-se um ponto-chave, porque você precisa ter certeza de que está bem organizado com as peças para manter o controle dos tempos de troca de componentes, e configuração do modelo para garantir que você use bem o tempo.”

“Claramente, uma maior quantidade de testagem oferece mais chances de desenvolver aerodinamicamente, mas, independentemente do número de corridas, você precisa garantir que as use bem e com eficiência. A qualidade do experimento é um elemento vital disso, e o melhor uso do tempo disponível também é uma parte fundamental”, apontou. 

“Isso não muda a necessidade de garantir que você esteja usando tudo da maneira mais eficiente possível, mas sim, é um atributo útil quando você sente que precisa recuperar o atraso”, destacou Egginton. 

Comentando sobre o novo modelo, Jody espera que os problemas do “porpoising” – saltos que o carro dá em alta velocidade por perder a eficiência aerodinâmica – sejam sanados. 

“Acho que as mudanças que foram feitas, com toda a probabilidade, vão reduzir a possibilidade porpoising. No ano passado, a FIA introduziu a métrica AOM para medir a quantidade de oscilação, enquanto as próprias equipes também estavam muito focadas em remover a magnitude dessa característica. Será um problema muito menor este ano”, garantiu o diretor técnico.