Com o intuito de tornar o espetáculo melhor, a FIA introduziu em 2022 um novo regulamento técnico, prometendo mais disputas na pista, uma vez que o turbilhão de ar atrás dos carros fosse reduzido, assim, permitindo maior aproximação dos competidores e, consequentemente, ultrapassagens.
Antes do início da temporada, a promessa era de que o campeonato desse uma “chacoalhada”, somando nova diretriz técnica e teto orçamentário. Assim, equipes do pelotão de trás poderiam batalhar com as da frente.
De fato, uma hegemonia de oito anos da Mercedes foi quebrada, mas, ao mesmo tempo, o novo regulamento fez com que um time se tornasse ainda mais dominante. Max Verstappen venceu 68% das corridas com a Red Bull. Além disso, Lando Norris foi o único piloto sem ser da Red Bull, Ferrari e Mercedes a subir no pódio, durante o GP da Itália.
Apesar disso, Nikolas Tombazis, diretor técnico da FIA, afirmou que “levaria alguns anos” para que as mudanças no regulamento pudessem ser apreciadas de fato. “Não foi inesperado”, comentou Tombazis com o Motorsport acerca do resultado deste ano.
“O efeito do teto de gastos vai demorar alguns anos para surgir, porque ainda há uma vantagem inicial. Acho que inicialmente ainda eram as equipes em melhor situação ou melhor financeiramente que se adaptavam melhor às regras, mas acho que agora as pessoas viram quais são as soluções e provavelmente estarão se adaptando para o próximo ano”, argumentou.
Em relação a pontuação entre as equipes de ponta, a Mercedes marcou 342 pontos a mais que a quarta colocada, Alpine. Entretanto, Tombazis enfatizou que em campeonatos anteriores, a diferença era mais exorbitante.
“Acho que foi o resultado de ser o primeiro ano dos regulamentos. Quero dizer, em termos de ser o primeiro ano de regulamentação, acho que as lacunas foram muito baixas. Acho que se fosse o quinto ano assim, seria um pouco mais preocupante, mas foi o primeiro.”
“Se você olhar para o primeiro ano de regulamentação 2014 ou 2009, ou o que quer que seja, esses primeiros anos geralmente tinham algumas lacunas bastante grandes. Acho que este ano foi muito menos do que isso”, concluiu o diretor da FIA.