O debate sobre o rumo da Fórmula 1 no que diz respeito ao calendário segue acalorado. Max Verstappen, defensor declarado de pistas tradicionais como Spa e Monza, se opõe à inclusão de novos circuitos urbanos como Las Vegas e Miami. No entanto, Stefano Domenicali, CEO da categoria, argumenta que a sobrevivência dos clássicos depende, paradoxalmente, do sucesso das novas corridas.
Verstappen, ao sugerir Mugello como possível adição ao calendário, ressalta sua preferência por circuitos onde o piloto assume o protagonismo e o erro é punido imediatamente. Em contraste, Las Vegas e Jeddah representam o lado mais comercial da F1, atraindo investimentos milionários.
“Corridas como Las Vegas, Miami ou Jeddah pagam por Monza e Spa”, afirmou Domenicali na revista Motorsport Aktuell. “Sem essas receitas, não haveria mais clássicos.”
A declaração traz à tona a delicada realidade financeira da F1. Por um lado, o desejo de preservar o legado e a essência do esporte, representado por circuitos como Spa e Monza. Por outro, a necessidade de atrair novos públicos e lucratividade com corridas inovadoras e sedutoras para o mercado atual.
Essa situação dos próprios clássicos é preocupante. Os contratos de Spa e Monza terminam em 2025, e no caso de Monza, Domenicali condiciona a negociação à concretização das prometidas reformas no circuito. O dilema se coloca: aceitar a dependência financeira das novas corridas para garantir a sobrevivência dos clássicos, ou priorizar a essência do esporte e correr o risco de perdê-los?
A Fórmula 1 precisa encontrar um equilíbrio entre passado e futuro, tradição e inovação. A dependência financeira das corridas em Las Vegas e Miami não pode significar a extinção de monumentos sagrados como Spa e Monza. A solução para este imbróglio, determinará o rumo da categoria nas próximas temporadas, mantendo acesa a chama da história ou abrindo espaço para um novo capítulo, repleto de brilho e modernidade, mas bem menos tradicional.
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