F1
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24 de setembro de 2019 15:55

F1 e a tradição da champanhe: diário de bordo com um Porsche Macan entre Spa e França

*direto de Reims (França)

Um ritual tão associado ao mundo das corridas teve sua origem em um lugar bucólico no interior da Franca: a região de Champagne, onde os produtores da famosa bebida decidiram há quase um século que seria interessante associar seu produto a um momento de glória e comemoração.

E por acaso haveria maior triunfo do que vencer um Grande Prêmio? A F1 começava naquele ano e foi justamente no GP da França onde o ritual começou, em 1950. O que pouca gente sabe é que foi justamente nas mesmas terras onde nascem as uvas da desta bebida de fama mundial onde teve início esta tradição.

Em uma viagem “pilotando” um esportivo digno dos melhores carros que já passaram por aquelas estradas, o novo Porsche Macan S, de 354 cavalos de potência, viajamos de Spa-Francorchamps, onde foi disputado o GP da Bélgica de F1 deste ano, até o circuito de Reims-Gueux, onde a primeira champanhe foi entregue a um vencedor de corrida e iniciou uma tradição histórica.

Foto: Rodrigo França/RF1

Construído em 1926, ele foi palco de 11 GPs da França, entre 1950 e 1966. Grandes nomes se consagraram neste solo – o mesmo “terroir” produtor da champanhe (Reims é a capital da única região do mundo que pode produzir a bebida deste nome). Jack Brabham, Bruce McLaren, Jim Clark e Juan Manuel Fangio estão entre os vencedores de corrida nesta pista. O argentino, por sinal, foi o primeiro “agraciado” com a champanhe da vitória no GP da França em Reims, 1950.

Se você não conhece muito sobre esta história, fique tranquilo: mesmo para os locais, há pouca informação sobre o palco do GP da França de seis e sete décadas atrás. O curioso é que a pista é completamente abandonada há cerca de 20 anos. Como a reta principal, no entanto, passa por uma estrada vicinal ainda hoje utilizada no interior de Champagne, a cena é impressionante para os amantes do automobilismo.

Está tudo lá: o paddock, a arquibancada, o esqueleto da torre de cronometragem e até os boxes. Mas tudo como se fosse um cenário de ficção científica. Como se o palco do GP da Belgica de 2019 fosse abandonado completamente hoje e nunca mais passasses por cuidados e algum visitante do futuro enxergasse a Eau Rouge em 2040, 2050…

O local exige respeito – e nada melhor do que visitá-lo com um exemplar da montadora alemã que mais venceu em Le Mans. Com o novo motor 3.0 V6 turbo, o Porsche Macan S conta com 354 cavalos de potência e alcança 250 km/h com incrível rapidez (calma, só fizemos este teste na Alemanha nos trechos sem limite de velocidade da autobahn).

E pensar que nos anos 1960 os carros tinham até mais cavalaria do que este carro de rua e, com muito menos peso e, principalmente, segurança. No nosso caso, o Porsche Macan S consegue aliar as vantagens da emoção de um carro esportivo sem ter que abrir mão de conforto e qualidade de um automóvel para o dia-a-dia e para viagens mais longas (ao todo, rodamos mais de 1.500 km em cinco dias entre França, Bélgica e Alemanha).

Mas para quem desafiava os perigos do circuito de Reims-Gueux, não havia “mordomias” como a do sistema de tração integral Porsche Traction Management (PTM), que tornam a direção do Macan mais precisa e melhorando o conforto. Eram fórmulas que privilegiavam as altas velocidades e com poucos ou nenhum recurso aerodinâmico ou eletrônica embutida.

Note que em 1966 Jack Brabham venceu com média de volta em 220,8 km/h no circuito de 8,3 km – para você ter uma comparação, a volta mais rápida do GP da Bélgica de 2019 foi de 1min46s409, de Sebastian Vettel, com a Ferrari, média de 237 km/h em um circuito de tamanho relativamente parecido (7km) e de mesmo conceito (usando estradas entre pequenas cidades do interior).

Sim, a paixão por desafiar a velocidade segue a mesma nestes 70 anos. A segurança, como vimos na preliminar do GP da Bélgica na F2, ainda pode sempre ser melhorada. Mas a visita a Reims-Gueux mostra o quanto já trilhamos nesta jornada para que tudo termine bem, consagrando o melhor e mais rápido piloto. E, claro, celebrando a conquista com champanhe no topo do pódio.

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