A Fórmula 1 está desenvolvendo novas regulamentações para que os carros de 2026, sejam mais adequados a condições de chuva intensa, como ocorreu em Interlagos no último final de semana, após sucessivas críticas dos pilotos sobre a dificuldade de pilotar nessas condições e a fraca performance dos pneus de chuva extrema da Pirelli. Além dos problemas de aquaplanagem, a grande quantidade de spray de água gerada pelos carros atuais reduz drasticamente a visibilidade dos pilotos, tornando as corridas em pista molhada um grande desafio.
No GP de São Paulo, Lewis Hamilton expressou sua frustração ao CEO da Fórmula 1, Stefano Domenicali, ao afirmar que os pilotos deveriam ter melhores condições de pneus e aquecimento para correr na chuva. Contudo, a decisão de adiar a sessão de classificação para o domingo de manhã, não foi só pelos pneus, mas também pela baixa visibilidade causada pelo volume de água e pela pouca luz no circuito naquele horário mais próximo do final da tarde.
A complexidade dos carros atuais contribui para esses problemas. Desde 2017, as larguras dos pneus aumentaram em 25%, passando a 1.420mm no total, o que levanta mais água do asfalto. Além disso, o regulamento de 2022 trouxe um desenho de assoalho e difusores que aumentou o fluxo de ar por baixo dos carros, gerando um volume de spray ainda maior. Uma tentativa de amenizar o problema com o uso de coberturas de rodas, chamadas de ‘para-lamas’, foi testada, mas não trouxe resultados eficazes.
Com isso, as mudanças previstas para 2026 incluem uma redução na largura dos pneus e uma simplificação no assoalho dos carros, que deve reduzir a quantidade de água levantada pelo difusor. Mario Isola, diretor da Pirelli Motorsport, comentou que essas alterações podem ter impacto significativo. “É verdade que muito spray vem dos pneus, mas o difusor também contribui bastante para a falta de visibilidade,” afirmou.
Embora as novas especificações para 2026 não revertam totalmente as alterações de anos anteriores, espera-se que essa adaptação reduza os problemas de visibilidade e segurança nas corridas sob chuva forte, evitando atrasos como os ocorridos em São Paulo.