O GP de Las Vegas 2024 trouxe um grid instigante, com George Russell largando da pole, Max Verstappen e Lando Norris dividindo a terceira fila, enquanto a Ferrari posiciona seus dois carros à frente deles. Mas, em uma pista que promete alta taxa de ultrapassagens e armadilhas estratégicas, a corrida será definida pela escolha de pneus e pelo gerenciamento em temperaturas desafiadoras.
A expectativa é de que os pneus duros desempenhem um papel central na corrida, já que todas as equipes preservaram dois jogos novos desse composto. Isso, no entanto, não garante que veremos estratégias de duas paradas dominando o evento. Dados dos treinos sugerem que a combinação médio>duro é a mais provável em uma abordagem de uma parada, com o momento ideal para troca de pneus entre as voltas 14 e 20.
Simone Berra, engenheiro-chefe da Pirelli, destacou que o gerenciamento dos pneus será crucial: “Introduzir o pneu de forma gradual é essencial. Se os pneus não estiverem prontos, os pilotos começam a escorregar, o que intensifica o desgaste e a granulação no restante do stint. Acreditamos que o overcut oferece mais benefícios aqui do que o undercut, principalmente pelo impacto negativo de forçar os pneus no início do stint.”
Apesar das condições favoráveis para uma estratégia de uma parada, as equipes têm mantido opções abertas para duas paradas, especialmente por conta de possíveis interrupções, como períodos de Safety Car. Isso é particularmente relevante em Las Vegas, onde temperaturas baixas tornam difícil reativar pneus mais velhos após paradas inesperadas. Se essas interrupções ocorrerem, a estratégia médio>duro>duro pode se tornar uma alternativa interessante.
Opções menos convencionais
Para equipes que largam fora de posição, estratégias alternativas também podem ser consideradas. O uso dos pneus macios na largada, por exemplo, pode beneficiar pilotos como Sergio Pérez, que começa no fundo do grid. Segundo Berra, “o composto macio não é ideal para a corrida completa, mas pode oferecer bom desempenho nas primeiras voltas. É uma opção para quem está no final do grid e não tem nada a perder, mas não faz sentido para os líderes.”
Outro caminho possível é a estratégia duro>médio, uma inversão da abordagem padrão, com a troca de pneus programada entre as voltas 28 e 34. Essa configuração já foi eficaz no passado para pilotos como Fernando Alonso, que se destaca ao maximizar o desempenho em condições adversas. Lewis Hamilton, que larga de P10, também pode explorar essa opção.
Temperaturas desafiadoras e incógnitas sobre os pneus duros
Com a temperatura da pista variando entre 12°C no início e 10°C no final da corrida, o comportamento dos pneus duros será um grande ponto de interrogação. Nenhuma equipe testou esse composto em condições de corrida até agora, e há incertezas sobre como eles se comportarão em termos de aderência e resistência ao desgaste. Se sofrerem com granulação por conta do frio, estratégias de duas paradas podem se tornar mais frequentes. Por outro lado, se apresentarem a robustez esperada, a maioria das equipes deve apostar em uma parada.
Com tantas variáveis em jogo, a corrida promete um equilíbrio entre estratégia, gerenciamento de pneus e momentos decisivos nas paradas. Las Vegas deve proporcionar não apenas um espetáculo visual na pista, mas também um verdadeiro jogo de xadrez estratégico no paddock.