A ex-estrategista da Aston Martin, Bernie Collins, comentou sobre o impacto negativo das sequências de corridas na Fórmula 1, conhecidas como ‘rodadas triplas’, como a que está ocorrendo agora, com os GPs da Espanha, Áustria e Inglaterra sendo realizados sem intervalo entre os finais de semana de corrida.
De acordo com Collins, a maratona de provas em 2021, envolvendo Brasil, Catar e México, a deixou ‘fisicamente exausta’. O ritmo puxado a levou a um dilema entre a carreira e o bem-estar.
“Com mais corridas, eu me sentia cada vez mais cansada no final do ano, e no começo do seguinte, já não tinha tanta animação para viajar de novo”, afirmou ela à BBC. “No final de 2021, foram três corridas seguidas, e na última eu estava esgotada fisicamente. Tinha problemas para dormir por causa do jet lag e para ficar acordada durante o dia.”
A situação a fez questionar o sacrifício. “Cheguei a um ponto em que pensei: ‘por quê?’ Algo precisa mudar.”
Essa carga excessiva levou Collins a deixar a Aston Martin no início de 2022, migrando para o trabalho como comentarista na Sky Sports. Hoje, ela não acompanha todas as etapas presencialmente, mas vê ex-colegas enfrentando a mesma maratona.
Apesar de algumas equipes adotarem medidas para aliviar a pressão, como folgas para mecânicos, a ex-estrategista reforça a necessidade de a F1 rever o calendário, principalmente com a temporada recorde de 24 corridas em 2024.
Ela continuou: “Atualmente algumas equipes permitem folgas de duas ou três corridas para os mecânicos. Parece pouco, mas faz uma grande diferença. Eu teria continuado se pudesse ter feito menos corridas ou faltado em algumas, mas essa opção não existia. Acho que a F1 precisa encontrar formas de segurar os melhores talentos nos próximos anos”, finalizou a atual comentarista.