Nos bastidores da Fórmula 1, muito se tem falado sobre asas flexíveis, e recentemente surgiram rumores de que a Ferrari estaria desenvolvendo versões que se adaptassem a essa tendência. Contudo, a equipe de Maranello negou qualquer envolvimento nessa prática, especialmente após a polêmica envolvendo a McLaren. A equipe britânica introduziu uma asa traseira que “não foi bem recebida” pelos rivais e, após conversas com a Federação Internacional, decidiu não utilizá-la mais a partir do GP de Singapura. Lando Norris comentou que o benefício alegado pelos rivais não foi tão significativo quanto se pensava, já que a versão usada pela última vez em Baku não trouxe a vantagem esperada.
Embora o debate sobre asas flexíveis continue, a verdadeira preocupação para as equipes de ponta, incluindo Ferrari, Mercedes e Red Bull, é estabilizar a plataforma aerodinâmica para maximizar o desempenho em todas as pistas. Isso se deve ao fato de que os atuais carros da F1 dependem fortemente do uso eficiente do assoalho para gerar aderência. “É essencial estabilizar a plataforma aerodinâmica para que os pilotos possam acessar o máximo desempenho do carro em qualquer tipo de pista”, explicou um engenheiro da Ferrari.
Atualizações para Austin
Para o GP dos Estados Unidos, a Ferrari continua trabalhando em atualizações, incluindo uma nova asa dianteira introduzida em Singapura, que não se limita às ruas de Marina Bay. A nova peça conta com um ângulo maior nos elementos próximos ao nariz, responsáveis por gerar a maior parte da pressão aerodinâmica, enquanto a parte externa foi aliviada para melhorar o efeito de “outwash”. Isso tem como objetivo disciplinar o fluxo de ar direcionado à entrada do assoalho, a primeira parte que recebe o impacto da massa de ar no carro.
“A Ferrari tem se concentrado em equilibrar o fluxo de ar, especialmente no que diz respeito à estabilidade entre os dois eixos do carro”, observou a equipe técnica, destacando que o desempenho do SF-24 em Singapura mostrou que a pressão aerodinâmica estava bem distribuída entre os eixos, algo crucial para a performance. A equipe espera que Austin forneça mais respostas sobre o impacto dessas atualizações, especialmente com o foco no GP de 2025, já que o projeto do novo carro, conhecido como Projeto 677, já está em andamento.
Desafios Aerodinâmicos no Circuito das Américas
O Circuito das Américas, em Austin, é notoriamente exigente em termos de compromisso aerodinâmico. A Ferrari, que sofreu com problemas de equilíbrio ao longo da temporada, espera que o novo pacote ajude a resolver essas questões. No entanto, as dúvidas ainda persistem quanto à eficácia das atualizações anteriores, especialmente após o GP de Barcelona, onde a equipe introduziu um assoalho que não entregou o desempenho esperado. “Austin trará respostas importantes sobre o caminho que estamos tomando com o desenvolvimento do SF-24”, disse um membro da equipe.
Embora Ferrari tenha descartado a adoção de asas flexíveis, como supostamente fizeram McLaren e Mercedes, a equipe está determinada a melhorar a estabilidade aerodinâmica e o equilíbrio do SF-24, fatores críticos para alcançar um desempenho consistente até o final da temporada de 2024.