A Ferrari revelou que pretende ir para o Bahrein com sua equipe de box tendo realizado 1.000 pit stops, em treinamentos, antes do início da temporada 2023 da Fórmula 1.
Isso faz parte de um rigoroso regime de treinamento que está sendo implementado na sede da equipe, enquanto eles buscam maneiras de se tornar mais consistentes no pit lane, e buscam qualquer ganho que possam encontrar na estratégia de corrida, o que provou ser um área problemática para a Ferrari na última temporada.
O chefe de operações, Diego Ioverno tem supervisionado um plano físico e nutricional que visa deixar a equipe da Ferrari em excelentes condições para trabalhar com o novo carro de 2023, atualmente com o codinome ‘Projeto 675’, com membros da equipe de box divididos em dois grupos, treinando vinte pit-stops por dia, três vezes por semana, em uma sala da sede da equipe preparada para isso.
A Ferrari conseguiu 73% de suas paradas abaixo da marca de três segundos na última temporada, em comparação com 71% da Red Bull, mas ficou aquém da meta interna de Ioverno de 80%.
Os carros mais pesados e as rodas de 18 polegadas utilizadas em 2022, fizeram paradas abaixo de dois segundos muito menos frequentes do que antes, com um esforço físico maior sendo necessário agora para realizar um pit stop na Fórmula 1. O tempo de 1,98 segundo da McLaren no GP do México foi o mais rápido da temporada passada.
A Ferrari terminou em quarto lugar na classificação do prêmio ‘DHL Fastest Pit Stop’ na temporada 2022, com pontos atribuídos na mesma base das tabelas de Pilotos e Construtores, atrás dos vencedores Red Bull, McLaren e AlphaTauri.
“Durante os testes, registramos tempos recordes extraordinários”, disse Ioverno à edição italiana do Motorsport.com. “Chegamos a leituras de 1,65 segundos, mas no laboratório o carro sempre chega perfeitamente alinhado à estação e, acima de tudo, para exatamente no ponto esperado, enquanto durante um GP, entram em jogo muitas outras variáveis que tornam o exercício muito complicado.”
“As paradas abaixo de 3 segundos são considerados muito boas, até 3,5 segundos são boas, mas não perfeitas, abaixo de 4 segundos são inadequadas e acima de 4,5 segundos são consideradas falhas”, acrescentou.
Juntamente com o rigor de treinar a equipe de box com várias paradas por dia, a Ferrari também está procurando treinar cada membro do time para poder trabalhar em várias áreas do carro nas paradas nesta temporada.
Isso ocorre como resultado do ‘rodízio’ dos membros da equipe, em um calendário recorde no ano passado que teve os chamados ‘membros da reserva’, compreensivelmente, não alcançando a mesma velocidade daqueles que vão para a maioria das corridas.
“É fundamental elevar o nível médio da equipe”, continuou Ioverno. “Analisamos que surgiram problemas quando fomos obrigados a fazer rodízios de pessoal, na longa temporada que tinha 22 GPs no calendário.”
“Além de tentar trazer todos para o mesmo patamar, este ano pensamos em flexibilizar também as funções. Em 2022 já havíamos intensificado as atividades, mas não foi um ano perfeito”, disse ele.
“Em 2023 a intenção é melhorar, evitando que em um pit você perca uma roda como aconteceu no ano passado. Não foi o mecânico que errou onde se posicionar, mas a chamada do carro veio tarde demais e ele encontrou a passagem obstruída pelo carro”, finalizou.