O final da temporada 2023 da Fórmula 1 foi marcado por acidentes causados por irregularidades no asfalto em alguns circuitos, como os sofridos por Lando Norris e Carlos Sainz em Las Vegas e Abu Dhabi, respectivamente. Isso reacendeu o debate sobre a segurança com os carros atuais, que correm o mais baixo possível em busca de performance aerodinâmica.
Nikolas Tombazis, diretor de monopostos da FIA, reconheceu o problema, mas ressalta que encontrar uma solução é um equilíbrio delicado. “Devemos garantir que os circuitos evitem elementos que possam causar acidentes”, afirmou ao Motorsport.com. “É uma linha tênue entre corrigir aspectos da pista e pedir que as equipes aumentem a altura dos carros.”
Embora a FIA prefira carros mais altos, Tombazis admite que isso impacta o desempenho: “Sim, preferimos que eles corram um pouco mais alto. Mas a característica intrínseca dos carros de efeito solo, é que eles têm mais performance quando estão baixos. Isso não é algo facilmente evitável.”
Porém esse não é o primeiro problema relacionado à altura dos carros. Em 2022, o ‘porpoising’, oscilação excessiva causada pelo efeito solo, gerou preocupações de saúde para os pilotos. A FIA interveio com uma diretiva técnica e as equipes resolveram o problema antes de 2023.
No entanto, o GP dos Estados Unidos viu Charles Leclerc e Lewis Hamilton desclassificados por desgaste excessivo da proteção inferior do carro. Uma possível solução seria padronizar essa peça, mas a ideia enfrenta resistência de algumas equipes.
Assim, as discussões sobre o equilíbrio entre segurança e performance devem continuar até a próxima grande mudança de regulamentos, prevista para 2026. “Às vezes, queremos fazer coisas, mas precisamos de aprovação e o voto das equipes, e não temos apoio suficiente”, afirmou Tombazis. “Por isso, acreditamos que precisamos simplificar muito essa área em 2026”, concluiu.
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