A repentina demissão do diretor de corridas da Fórmula 1, Niels Wittich, gerou forte repercussão e críticas à FIA e no paddock da categoria. A decisão, anunciada na última terça-feira, pegou muitos de surpresa e resultou na substituição de Wittich pelo diretor das categorias F2 e F3, Rui Marques, para as etapas restantes em 2024. Wittich, que desempenhava o cargo de forma rigorosa e popular entre os pilotos, afirmou que não pediu demissão, sugerindo que sua saída foi imposta pela organização.
O ex-piloto de Fórmula 1 Christian Danner criticou duramente a decisão da FIA em sua coluna no Motorsport Magazin, chamando o afastamento de Wittich de ‘escandaloso e mal planejado’. “Colocar um diretor de corrida sem falhas na rua sem justificativa é inconcebível”, afirmou Danner, acrescentando que diretores com a experiência e competência necessárias são raros e não surgem rapidamente.
Danner destacou que Wittich era admirado por sua abordagem firme e imparcial, sem interpretações pessoais do regulamento, aplicando-o de forma objetiva. Ele mencionou que substituir um profissional de confiança e competência comprovada pode desestabilizar o sistema da Fórmula 1, questionando a capacidade da FIA de encontrar um sucessor à altura. “Não é todo mundo que aguenta a pressão deste trabalho, principalmente em um esporte onde lidar com figuras influentes como Christian Horner, Toto Wolff ou Zak Brown é uma constante,” disse ele.
A falta de clareza nas razões para a demissão de Wittich, também alimentou as especulações. Para Danner, qualquer tentativa de desviar a atenção das recentes controvérsias que envolvem o presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, não seria uma justificativa válida para a demissão. Ele alertou que essa decisão poderia afetar a estabilidade da categoria e reduzir o interesse de novos talentos em assumir a função de diretor de corrida na F1, devido ao risco de demissão sem justificativa aparente.