Após anúncio de que a Alpine estaria considerando se tornar uma cliente do motor Mercedes em 2026, representantes da fábrica em Viry-Chatillon pediram que o CEO Luca de Meo não fosse adiante com a ideia de deixar de lado a produção do seu próprio motor.
“O plano da gestão do Grupo [Renault] de encerrar o programa de 2026 em Viry-Chatillon e optar por um fornecimento de motores, provavelmente da Mercedes,” começou uma declaração escrita pelo Conselho Social e Econômico dos funcionários da Alpine em Viry-Chatillon.
“O motivo dado é uma economia direta significativa, trocando os custos de desenvolvimento de US$ 120 milhões por US$ 17 milhões em fornecimento anual”.
“Não entendemos o que justifica acabar com essa entidade de elite que é o site de Viry-Chatillon e trair sua lenda e seu DNA ao implantar um coração Mercedes em nosso carro F1 Alpine”.
“O anúncio do fim do desenvolvimento e produção dos motores franceses para Fórmula 1 é incompreensível”.
“Não podemos aceitar que a Alpine e o Grupo Renault danifiquem suas imagens, por isso pedimos a Mr. De Meo e ao seu conselho de administração que renunciem a esta decisão.”
“Mais de cem conceitos disruptivos foram estudados, quase um terço dos quais demonstraram desempenho significativo no banco de testes e devem ser introduzidos no futuro motor Alpine: o AR26.”
“O objetivo era iniciar o primeiro motor Alpine 2026 no final do primeiro semestre de 2024, um ano e meio após o início do projeto”.
“Em 26 de junho de 2024, o RE26A, nome dado à primeira versão ‘fábrica’ do AR26, realizou sua primeira partida no banco de motores n.º 6 em Viry-Chatillon, marcando assim um sucesso em termos de prazo”.
“Neste primeiro motor, quase um terço dos conceitos de desempenho, anteriormente validados no banco de sistemas, ainda estão ausentes, planejados para serem introduzidos antes do final de 2024. No entanto, os primeiros resultados dos testes são promissores”.
“O RE26A é visto por todas as equipes de Viry-Chatillon como um grande sucesso, um motor bem-nascido com um potencial claro, a um ano e meio da primeira corrida, para elevar as ambições da equipe Alpine F1.”
Os primeiros testes com o motor de 2026 mostraram boas perspectivas, operando com uma eficiência térmica de 48%, e por isso os funcionários de Viry não estão contentes com a possibilidade de se tornarem clientes de outra marca.
No GP da Bélgica, Bruno Famin, atual chefe de equipe da Alpine que irá deixar a equipe a partir do ano que vem, afirmou que os funcionários da fábrica seriam realocados para outros projetos, no entanto, a declaração alega que os outros setores da empresa estão “saturados”.
“O plano de transformação do site, que deve ser definitivamente aprovado em 30 de setembro de 2024, consiste em migrar recursos para outros projetos liderados pela Alpine Racing (Endurance, Fórmula E, competição de clientes, motor de combustão a hidrogênio de um hypercar, etc.) já saturados com pessoal, ou reclassificar engenharia em projetos inovadores, supostamente úteis para a indústria de massa, mas não definidos nesta etapa,” disse a declaração.
“A inovação no setor automotivo hoje foca na química e industrialização de baterias, ‘veículos definidos por software’ e direção autônoma. As habilidades da equipe de Viry não estão relacionadas a esses temas.”
A decisão de se tornar uma cliente de unidades de potência vem do objetivo da equipe de economizar, além de conseguir melhorar o desempenho com um motor como o da Mercedes. No entanto, os representantes de Viry não estão contentes com a ideia, que pode afetá-los grandemente.
O F1MANIA.NET acompanha o GP da Holanda ‘in loco’ com o jornalista Rodrigo França.
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