F1 ganha fãs e mobiliza torcedoras de pilotos e equipes

A Fórmula 1 vive um momento de reafirmação com seu público nos últimos anos. Mais disputas nas pistas, séries voltadas aos bastidores da categoria, entre outras ações, fizeram com que os fãs do esporte a motor voltassem a se aproximar do campeonato. Em todo o mundo, os admiradores de todas as idades e gêneros têm demonstrado preferência por pilotos e equipes, e no Brasil não é diferente, especialmente com a Red Bull, equipe de Max Verstappen, e Lewis Hamilton, piloto da Mercedes.

F1Mania.net conversou com duas torcedoras fanáticas. Laís Sousa é advogada, criadora de conteúdo para internet, fã da Red Bull e de Verstappen, e acompanha a F1 desde a infância, por influência da família, fã de Ayrton Senna, e em especial de seu padrasto, um ferrarista de carteirinha. Já Rafaela Oliveira, jornalista e responsável pelo site “Garota da F1”, é aficionada por Hamilton desde o início da trajetória do inglês na categoria, e também veio de uma família que sempre acompanhou aos GPs da categoria, por conta de Senna.

Laís Souza
Laís Souza começou a ver a F1 quando criança, e se tornou “Red Buller” em 2011. (Foto: Twitter Laís Souza)

“Eu cresci numa casa em que Ayrton Senna era um ídolo. A gente tinha foto dele pendurada na parede da minha avó. Eu nasci em 1990, então era muito pequena quando ele sofreu o acidente e morreu, mas aquilo impactou muito. Depois disso, minha mãe se relacionou com meu padrasto, e ele era aficionado por automobilismo, especialmente pela Ferrari. E eu cresci torcendo para a Ferrari”, diz Laís, que se tornou fã do time dos touros vermelhos por conta de outro piloto: Sebastian Vettel.

“Em 2011, com o Vettel, passei a me interessar pela Red Bull, pela história da marca de energéticos que passou a fazer frente com grandes equipes e nomes no esporte. Vettel e Red Bull me arrebataram e me converti a ‘Red Buller’. Depois que meu padrasto morreu, fiquei algum tempo sem acompanhar, pois era um gatilho, já que era uma paixão que eu dividia com ele. Sempre acompanhei os resultados, mas sem ficar vidrada assistindo. Voltei a ver as corridas mesmo em 2018, sempre torcendo pela Red Bull”, explicou.

Se Laís passou a admirar uma equipe, Rafaela se viu ligada à F1 por um piloto. No caso, Lewis Hamilton. “Começar a assistir a Fórmula 1 e automobilismo está ligado ao Hamilton. Passei a ver por conta dele. Minha família sempre foi muito fã, principalmente de F1, eram ‘sennistas’, mas eu nasci em setembro de 1994, então não tinha nascido quando o Ayrton morreu”, disse a jornalista, que torce pela Mercedes por conta do piloto inglês, já que tem na McLaren sua equipe favorita.

“Morei com minha mãe e com minha avó, que sempre apoiava os brasileiros em qualquer esporte. Como elas eram fãs de F1, deixavam a TV ligada para dar um apoio ao Rubinho, ao Massa. No GP do Canadá de 2007, por algum motivo eu vi a corrida inteira. E, por acaso, foi a primeira vitória do Hamilton. Quando eu vi aquele menino e a felicidade dele… Nunca vou esquecer que ele passa pelo Ron Dennis, que estava chorando. E, claro, com a contextualização que eu tive, eu entendi o porquê. E ver o Hamilton ali fez com que eu começasse a assistir”, explicou Rafaela.

Rafaela Oliveira
Foto: Facebook Rafaela Oliveira

Sobre a atual temporada, as duas reconhecem ser o melhor campeonato dos últimos anos, e que entrega uma disputa que era esperada há muito tempo. Laís exalta as qualidades de Verstappen e o carro que a Red Bull conseguiu entregar ao holandês neste ano, tornando-o um candidato real ao título, e não apenas um postulante a vitórias esporádicas.

“Eu acho o Max um piloto agressivo, rápido e talentoso, que é um estilo que eu gosto. E esperava ansiosamente que a Red Bull fornecesse um carro apto para o talento dele, para justamente vermos essa batalha com o Hamilton. É a melhor disputa em anos. A gente está há poucas corridas do final e a diferença pode mudar em um GP”, disse Laís, que tem a opinião compartilhada por Rafaela, embora a torcedora de Hamilton acredite que o regulamento deste ano tenha tirado força da Mercedes.

“Para mim, a Red Bull não melhorou drasticamente em relação a 2020. É o regulamento que freou bastante a Mercedes. As coisas se equilibraram, pois, a Mercedes está um pouco abaixo e a Red Bull melhorou um pouco. O carro é mais confiável que o do ano passado”, comenta Rafaela, exaltando o desempenho do inglês em 2021. “Eu acho que Hamilton é quem faz o campeonato ainda estar vivo. Outros pilotos não entregariam resultados como ele. O carro não é uma carroça, é muito rápido. A Mercedes e a Red Bull estão em outro patamar, mas a Mercedes não é a máquina do ano passado”, completa.

Com a diferença em 19 pontos em favor de Verstappen, Laís está mais confiante no título do piloto da Red Bull do que Rafaela em uma virada de Hamilton. Com 107 pontos ainda em disputa, o campeonato ainda pode ter reviravoltas nas últimas etapas, principalmente por dois dos quatro GPs restantes, Catar e Arábia Saudita, serem pistas inéditas no calendário da Fórmula 1.

“O Max tem tudo para ganhar essa temporada, pois é a primeira vez que ele tem a mentalidade forte para ser campeão. Já falou muita besteira, se abalou nesta temporada, mas quem não também? O próprio Lewis mesmo, a gente já percebeu erros de estratégia e dele mesmo por conta do excesso de pressão que a temporada está colocando. É um ano muito longo, que fecha uma era da F1, e que vale o octa para o Lewis. Ao mesmo tempo, o Max está com um carro que pode fornecer para ele esse título”, diz Laís.

Rafaela questiona o comportamento da Mercedes ao longo da temporada, já que tem em sua visão uma equipe que trabalha como se tivesse o melhor carro da temporada, um erro em sua opinião. “Se a Mercedes não tem o carro mais forte do ano, então eles têm que considerar isso e trabalhar com o piloto, que é a estrela da equipe, e eles não estão fazendo isso. Parece que estão ‘empurrando’ isso, pensando que o carro ainda vai evoluir”, diz .

O Hamilton tem a dedicação e o foco dele, aliados ao talento. E esse carro, que eu não sei o que precisa ser afinado, e acertar as estratégias, que podem fazer a diferença. Mas o cenário é bem desfavorável. Ele pode ganhar caso o Verstappen ter algum azar no Brasil, pois aí o cenário no Oriente Médio pode ser favorável para a Mercedes trabalhar o carro e ajustar as estratégias, e assim o Hamilton ganhar. Tem a questão da Sprint Qualifying, das voltas mais rápidas, que podem definir o campeonato. O cenário está voltado para o Max, mas a Mercedes e o Hamilton podem trabalhar mais com as estratégias”, completa Rafaela.

O Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1 será disputado neste domingo (14), a partir das 14h, com acompanhamento em tempo real do F1Mania.net.