F1: GP de Las Vegas enfrenta críticas locais por impacto econômico e social

À medida que o GP de Las Vegas de Fórmula 1 se aproxima, as críticas locais ao evento se intensificam, com empresários e moradores questionando os efeitos negativos que a corrida tem gerado na cidade. O descontentamento vai desde dificuldades econômicas para empresas locais até questões logísticas e sociais.

O consultor da Red Bull, Dr. Helmut Marko, juntou-se ao coro de críticas esta semana, afirmando que o evento “não é tão bom assim” e destacando que ele parece não contar com o apoio significativo da população local. “Não tem muito suporte dos moradores de Las Vegas”, disse ele ao jornal Österreich.

Além disso, relatos recentes apontam dificuldades até mesmo para o acesso de membros da Fórmula 1 ao estado de Nevada. O piloto da Red Bull, Yuki Tsunoda, afirmou ter enfrentado problemas para entrar nos Estados Unidos, apesar de seu passaporte mostrar viagens frequentes e um visto válido. “Eles quase me mandaram de volta depois de me segurarem por duas ou três horas, mesmo eu tendo competido recentemente em Austin”, revelou.

Impacto econômico significativo

Para os negócios locais, o GP de Las Vegas tem gerado consequências devastadoras. Wade Bohn, proprietário de um posto de gasolina na cidade, revelou que a corrida causou uma queda de 65% em sua receita mensal. Em novembro de 2022, Bohn faturou US$ 682 mil; agora, ele não espera alcançar sequer US$ 200 mil. “Isso me dá náuseas”, desabafou. “Se essa corrida continuar aqui no quarto ano do contrato, estarei acabado. Já precisei demitir 50% dos meus funcionários.”

Bohn criticou o impacto desproporcional do evento para uma corrida de 90 minutos realizada uma vez por ano. “Essa é a nossa cidade. Não entendo o conceito”, acrescentou.

Outro empresário local, Randy Markin, dono do restaurante italiano Battista’s Hole In The Wall, está processando a Fórmula 1 pelos prejuízos financeiros causados pelo evento. Ele afirma que as reservas caem pela metade durante a semana da corrida devido ao tráfego intenso e ao fechamento de ruas. “Nunca houve um evento que destruísse minha cidade como a Fórmula 1”, declarou. “Clientes estão cancelando reservas porque simplesmente não conseguem chegar até aqui.”

Críticas à postura da Fórmula 1

Markin também destacou o que vê como falta de consideração da Fórmula 1 em relação à comunidade local. “Essas pessoas não se importam. Essa é a primeira vez que uma empresa vem a Vegas e não se integra ao tecido da cidade”, criticou. “F1 chega de jato particular, faz o que tem que fazer e vai embora. Não é assim que as coisas funcionam aqui.”

Apesar das promessas da Fórmula 1 de reduzir os impactos negativos após o evento inaugural em 2023, Markin acredita que nada mudou. “Se a F1 realmente se importasse com Vegas, não precisaríamos lutar na justiça. É impossível dialogar com essas pessoas porque elas não ligam. E pensar que dinheiro e força vão resolver tudo já não funciona mais, especialmente neste mercado.”

Com um clima de insatisfação crescente, a relação entre a Fórmula 1 e Las Vegas continua complicada, colocando em dúvida a viabilidade do evento a longo prazo na cidade que, ironicamente, é famosa por sua hospitalidade para grandes espetáculos.



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