Romain Grosjean não se incomoda com o fato de que, para muitos fãs, especialmente nos Estados Unidos, sua carreira na Fórmula 1 seja lembrada apenas por seu grave acidente no GP do Bahrein de 2020.
Naquele domingo, Grosjean teve a sorte de escapar com nada mais do que algumas queimaduras e um ligamento rompido na mão, quando seu Haas VF-20 se partiu em dois e pegou fogo, assim que ele atingiu o guard-rail, que se rompeu com o impacto na primeira volta da corrida.
O francês levou 28 segundos para sair da bola de fogo em que seu carro se transformou, e o piloto foi auxiliado pelos ocupantes do carro médico da FIA, Dr. Ian Roberts e Alan van der Merwe, enquanto os fiscais trabalhavam para controlar o incêndio.
Mas em uma carreira que incluiu 179 largadas em GPs, 10 pódios e uma volta mais rápida, é por esse acidente que Grosjean é mais lembrado.
Questionado se isso o incomodava, ele disse à GQ: “Não, eu não me importo. Faz parte da minha carreira, faz parte da minha vida. Principalmente nos EUA, porque é um público muito novo na Fórmula 1, muitas pessoas se lembram daquele acidente e nunca viram meus pódios em 2012 e 2013.
“Eu quase ganhei três corridas na F1, e nunca aconteceu por motivos externos. Mas é bem engraçado. Conheci algumas pessoas que me conhecem desde os tempos da Lotus na Fórmula 1, e dizem que assistiram a tudo. E eu vejo muitas pessoas mais jovens, um público mais jovem, e eles só viram ‘Drive to Survive’ na Netflix. Então eles falam sobre Guenther Steiner e perguntam como ele é na vida real e, claro, sobre o acidente”, acrescentou Grosjean.
“Mas acho que o acidente é uma daquelas coisas que marcaram o mundo. Estava praticamente em todas as TVs que você ligava. Foi muito impressionante.”
“É assim que eu vejo isso, ‘Fênix’.Não está necessariamente relacionado ao fogo, mas é como você pode se levantar de algo que pode te destruir, mas usar isso de forma positiva e se levantar a partir daí.”
Grosjean continuou: “Então, sim, o acidente definitivamente faz parte da minha carreira, parte da minha vida. E tenho uma cicatriz na mão esquerda que vai ficar aqui para sempre. Portanto, é um bom lembrete que está aqui, mas não é apenas isso. É um pouco mais, e vejo isso apenas como parte da minha jornada, como qualquer pódio. É apenas uma loucura, mas acabou sendo bom.”
Mesmo com o acidente tenha encerrado prematuramente a carreira de Grosjean na Fórmula 1, pois o francês ainda teria mais duas últimas corridas com a Haas, não demorou muito para que ele recomeçasse sua carreira nos Estados Unidos.
Ele se juntou à Dale Coyne Racing na IndyCar, conquistando dois pódios em sua primeira temporada, antes de passar para a Andretti Autosport em 2022, onde somou um terceiro pódio à sua contagem. Ele considera que aprecia mais a vida que leva após o acidente na F1.
“Só acho que você aproveita melhor a vida depois, porque você percebe que pode acabar a qualquer momento. E você se torna muito mais, ‘Carpe Diem’. Curte muito mais a vida, e para mim, é por isso que digo que foi uma experiência positiva. Parece um pouco louco, mas a vida é apenas mais bonita desde então.”
“A vida está aqui para ser vivida. E se você não quer que nada aconteça com você, você fica em casa e não faz nada. E não é assim que vejo a vida. Prefiro viver a 300 quilômetros por hora. Aproveitar tudo o que posso. Pilotar aviões, pilotar carros de corrida. Me divertir, em vez de apenas tentar dizer: ‘Oh, isso pode ser perigoso, vou ficar em casa, vou me proteger’. É assim que eu vejo. Acho que se eu quiser ser feliz, só preciso ser capaz de experimentar essas coisas e ter essas sensações”, acrescentou Grosjean.
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