F1: Hamilton descarta possível transferência para a Ferrari

Lewis Hamilton afirmou que está feliz e ‘em casa’ com a Mercedes na Fórmula 1, em meio a vários boatos cogitando uma possível mudança do heptacampeão para a Ferrari.

Esses boatos surgiram, pois o chefe da equipe, Toto Wolff, havia afirmado que as negociações de renovação do contrato de Hamilton, que termina no final de 2023, deveriam ser resolvidas antes do início da atual temporada, e até agora isso não aconteceu. Além disso, o W14 da equipe tem um desempenho muito inferior ao esperado por todos.

Isso levou a especulações, de que Hamilton estaria esperando para ver se o carro da Mercedes pode evoluir ainda nessa temporada, enquanto alguns comentaristas de F1, além de conversas no paddock, sugeriram que o britânico poderia ir para a Ferrari em uma troca direta com Charles Leclerc. E aos 38 anos, sempre há a palavra aposentadoria à espreita.

“Não pretendo parar tão cedo”, disse Hamilton à ESPN. “Não estou no fim da minha carreira, não estou ‘ladeira abaixo’, ainda estou no meu auge. Tudo depende do quanto eu quero trabalhar e me manter no auge, em termos de capacidade física e mental.”

“Se você olhar para LeBron (James), se você olhar para Tom Brady, eles mostraram que isso pode ser sustentado enquanto você for dedicado o suficiente para colocar energia e tempo. No momento, não pretendo mudar de equipe, apenas pretendo aumentar a motivação e ser melhor”, afirmou Hamilton.

O heptacampeão continuou: “Eu estaria mentindo se dissesse que nunca pensei em terminar minha carreira em outro lugar. Comecei na McLaren, quando tinha 13 anos (como piloto júnior), então gostaria de pensar que sempre farei parte da família McLaren.”

“Mas também, sempre observei os pilotos da Ferrari na pista, e é claro que você se pergunta como seria usar aquele uniforme, mas depois volto para a minha equipe, para a Mercedes, e esta é a minha casa. Estou feliz onde estou. Ainda não assinei o contrato (renovação), mas estamos trabalhando nisso”, acrescentou.

O britânico também falou sobre seu relacionamento com o chefe da Mercedes, Wolff, que seu chefe de equipe por mais de uma década. “A relação é muito especial. Nós dois nos elevamos, ajudamos um ao outro a crescer como indivíduos, tanto por meio de nossas carreiras, nossos negócios, e como operamos em nossas vidas.”

“Acho que conseguimos realmente confiar um no outro e ser abertos e honestos. Dentro dos negócios é muito difícil ser aberto com as pessoas, porque sempre parece que tem alguém pronto para te apunhalar pelas costas, e eu acho que com a confiança que temos, nunca foi esse o caso. Ele me acolheu em sua família e acolheu minha família em nossa equipe”, acrescentou o heptacampeão.

“Quando olho para outros pilotos que saíram de uma equipe após uma temporada, acho que você não deu a ninguém a chance de realmente mostrar o que pode fazer. E você não pode construir um relacionamento em um ano com uma organização tão grande.”

“Tive muita sorte de fazer parte disso e ter essa experiência. Portanto, há muito amor aqui, esta equipe tem uma mentalidade vencedora e eu preciso estar em algum lugar onde haja uma mentalidade vencedora, porque é isso que eu tenho”, afirmou Hamilton.

Apesar dos rumores de que Leclerc está esperando nos bastidores, o heptacampeão disse que nem ele nem Wolff estão com pressa para conseguir um novo acordo.

“Não há pânico sobre o contrato, vamos chegar lá, nenhum de nós sente pressão, somos sempre honestos”, disse ele. “Então, se Toto estivesse falando com alguém, ele me contaria e vice-versa.”

“Nunca, em todo o meu tempo de carreira, falei pelas costas de um time com outra pessoa, para ver se consigo fazê-los elevar uma proposta, nunca joguei esse jogo, e ele (Wolff) também não. Então, sempre fomos diretos”, continuou.

“Mas acho que, no final das contas, ter um relacionamento tão próximo dificulta às vezes ter discussões difíceis de negócios, porque a emoção está envolvida e temos que ter muito cuidado para sair do círculo, deixar o relacionamento de lado e focar nos negócios e no que é melhor para nós. Mas conseguimos encontrar esse equilíbrio muito bem ao longo dos anos”, finalizou Hamilton.