F1: Horner afirma que teto orçamentário limita retenção de funcionários importantes

O chefe da Red Bull Racing, Christian Horner, afirmou que o regulamento financeiro da Fórmula 1 desempenhou um papel fundamental na saída de alguns membros importantes da equipe nesta temporada.

Nomes de peso como o diretor esportivo Jonathan Wheatley e o chefe de estratégia Will Courtenay, deixaram a Red Bull em busca de novas oportunidades. Wheatley se tornará chefe de equipe na Audi, enquanto Courtenay assume o cargo de diretor esportivo na McLaren.

O time também perdeu o diretor técnico Adrian Newey, que assumirá uma posição acionária na Aston Martin na próxima temporada. Newey havia manifestado seu desejo de enfrentar um novo desafio após quase duas décadas na Red Bull.

Por outro lado, a Red Bull conseguiu renovar os contratos de engenheiros renomados como Pierre Waché, Ben Waterhouse, Enrico Balbo e Paul Monaghan.

No entanto, Horner afirmou que a retenção de todos os funcionários de alto nível se tornou bem mais difícil, devido ao regulamento financeiro, que limita a capacidade das equipes de simplesmente oferecer mais dinheiro para contra-ofertas.

“Você não pode ter um ‘Galactus’ porque não pode pagar”, disse Horner ao Motorsport.com, em referência ao vilão devorador de planetas da Marvel. “Você precisa analisar o custo-benefício, e isso o força a tomar decisões muito difíceis.”

“É complicado. Jonathan era um excelente diretor esportivo, mas era um ativo caro. Então você precisa pesar as coisas. Quando ele teve a oportunidade de ir para a Audi, eu disse: ‘Sabe de uma coisa? Acho que você deveria ir. Devido ao regulamento, estamos limitados no que podemos oferecer aqui. Se você tem a oportunidade de se desenvolver e ganhar significativamente mais, vá em frente’, ” disse ele.

O regulamento financeiro considera os salários de funcionários operacionais e de desempenho, excluindo os três que recebem mais dentro da estrutura de uma equipe de F1. Como Wheatley e Courtenay provavelmente não estavam entre os três mais bem pagos da Red Bull, seus salários afetavam o teto de gastos da equipe. Isso impedia a Red Bull de usar o dinheiro como uma simples ferramenta de barganha, especialmente se o funcionário já havia atingido o limite do que era possível dentro da estrutura da equipe.

“Jonathan está aqui há muito tempo e teve a oportunidade de se tornar um chefe de equipe agora”, disse Horner. “Ele não teria isso aqui, e seu papel estava se tornando cada vez mais unidimensional, pois ele nunca estava aqui. Estava sempre em uma pista de corrida. Ele seguiu em frente e isso permitiu que outros se destacassem naturalmente. É preciso ter essa evolução”, acrescentou.

Horner destaca que, mesmo comparado a pouco mais de dez anos atrás, quando a Red Bull dominava a categoria com Sebastian Vettel, menos de 20% da equipe permanece na ativa. Isso demonstra a rotatividade natural que ocorre em qualquer organização de automobilismo.

“Quando cheguei aqui em 2005, montamos uma equipe fantástica”, disse ele. “Se eu olhar ao redor do escritório de engenharia, especialmente em comparação com a época em que estávamos vencendo com Sebastian Vettel e Mark Webber, de 2010 a 2013, acho que apenas três pessoas do escritório de engenharia estavam lá naquele momento, de provavelmente vinte e cinco que estão no circuito.”

“Paul Monaghan ainda está conosco. Michael Manning, que ainda está conosco e faz todas as largadas, e provavelmente só Jonathan e Will também estavam lá. Hannah (Schmitz, engenheira-chefe de estrtégia da Red Bull) estava na Universidade de Cambridge na época, mas o resto da equipe, os engenheiros de corrida, engenheiros de controle, tudo evolui, e você tem que ter isso dentro de qualquer organização”, completou Horner.



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