O chefe da equipe Red Bull, Christian Horner, expressou descontentamento com a decisão da FIA em relação à demora para acionar a bandeira vermelha durante a classificação do GP de São Paulo de Fórmula 1, após um acidente de Lance Stroll na curva 3. A batida, que aconteceu restando 1 minuto e 36 segundos para o fim do Q2, levou a direção de prova a acionar a bandeira vermelha apenas 46 segundos depois, impedindo novas tentativas de volta dos pilotos.
A decisão deixou Max Verstappen e seu companheiro de equipe, Sergio Pérez, sem chance de melhorar suas posições, encerrando a sessão em 11º e 12º lugares, respectivamente. Horner se mostrou insatisfeito com a demora e a falta de agilidade em uma situação que considerou crítica para a segurança. “Em uma sessão como essa, com tanta coisa acontecendo, não entendo por que demorou tanto para acionar a bandeira vermelha,” comentou Horner à Sky F1. “Foi um acidente sério na curva 3, uma das mais perigosas do circuito.”
Segurança deve ser prioridade, afirma Horner
Horner destacou que, em casos de acidentes graves, a prioridade deve ser a segurança imediata, e que a FIA deveria ter interrompido a sessão assim que Stroll atingiu a barreira. “Não é uma questão de permitir que os carros terminem suas voltas ou não – assim que há um acidente como esse, deveria ser bandeira vermelha imediata, pois temos um piloto no muro,” argumentou Horner. “Com carros ainda completando voltas, não faz sentido aguardar.”
Stroll, após o impacto, não conseguiu retomar o controle do carro, que ficou parado no meio da pista. Horner criticou a atitude de esperar que os demais terminassem suas voltas antes de agir. “Ele [Stroll] não estava tentando continuar; o carro estava completamente danificado. Ele bateu forte na barreira e estava em um ponto crítico da pista na curva 3, isso exige uma bandeira vermelha instantânea.”
Impacto nas posições de largada e na disputa pelo título
Além do impacto direto na segurança, a decisão também teve repercussões na disputa pela liderança do campeonato. Com a bandeira vermelha tardia, Verstappen terminou o Q2 fora dos dez primeiros. Caso a bandeira tivesse sido acionada imediatamente, o piloto holandês teria terminado em 10º lugar, posição que poderia ter permitido uma recuperação mais vantajosa para a corrida.
A situação se torna ainda mais desafiadora para Verstappen, que, além de sua posição desfavorável, enfrentará uma penalidade no motor, partindo da 17ª posição no grid. Essa condição coloca o holandês em desvantagem na disputa com Lando Norris, que largará da pole position, elevando ainda mais a pressão na luta pelo campeonato.
Horner também mencionou uma sequência de decisões tardias da FIA ao longo do fim de semana em São Paulo. “Esse é o segundo dia consecutivo em que tivemos decisões atrasadas, seja pelo VSC ontem ou pela bandeira vermelha hoje. As outras bandeiras vermelhas foram todas instantâneas. É uma situação muito, muito rígida, mas é o que temos. Agora temos que tentar lutar de volta nesta tarde.”
FIA: foco na segurança e consistência nas decisões
Até o momento, a FIA não respondeu publicamente às críticas de Horner, mas a situação em São Paulo levanta questões sobre a consistência e o tempo de reação da direção de prova em momentos críticos. Com a segurança dos pilotos como foco central, decisões rápidas e consistentes são fundamentais, e o episódio em Interlagos poderá incitar discussões sobre ajustes nos protocolos de resposta em futuras provas.