Lewis Hamilton terminou o GP do Bahrein, primeira corrida da temporada 2023 da Fórmula 1 em quinto lugar, mas ficou mais de 50 segundos atrás do vencedor da corrida, Max Verstappen, com Toto Wolff temendo que seu déficit para a Red Bull tenha ‘dobrado ou talvez até triplicado’.
“A realidade atingiu a equipe”, disse o jornalista Ted Kravitz à Sky Sports. “Eles sabem onde estão, não há dúvidas, este carro não funcionou. Agora você pode dizer que foi imprudente, pois a Mercedes mudou o assoalho, mas o W14 ainda perde downforce.”
Manter o conceito de ‘zero sidepod’ do W13 no novo carro, também parece não ter funcionado, e Wolff já afirmou que isso será revisto em uma atualização para o W14, provavelmente para a corrida em Ímola.
Kravitz continuou: “Existe o limite de custo, que é fundamental, mas mesmo assim, Toto agora está encarregando seu pessoal técnico de construir um carro Plano B.”
Se a equipe lançar um novo conceito, Kravitz afirmou que será o terceiro em menos de três anos, mas é algo que eles precisam fazer se quiserem voltar a lutar na frente na Fórmula 1.
Foi o que a Aston Martin fez na temporada passada, a equipe de Silverstone apresentando um carro com estilo B da Red Bull, e levando esse conceito para este ano, com Fernando Alonso se juntando aos companheiros de equipe da Red Bull no pódio do Bahrein.
“A Mercedes já mudou seu conceito durante as férias”, disse o jornalista. “O conceito deles no ano passado era tentar deixar o carro o mais baixo possível, talvez tirar vantagem para que os assoalhos pudessem realmente flexionar e vedar o difusor, mas então eles tiveram o temido ‘porpoising’, e todo o ano de 2022 foi cancelado.”
“Eles mudaram de conceito, subiram um pouco o carro, mudaram o assoalho, mas mantiveram o ‘zero pod’, pois acharam que aerodinamicamente isso é bom, mas não funcionou. Então eles vão para o conceito três, eles vão precisar de um terceiro conceito em dois anos e meio”, disse ele.
Kravitz acredita que a Mercedes deveria seguir os passos da Aston Martin, assim como o próprio Wolff já admitiu.
“Só podemos tirar o chapéu para o que eles fizeram”, disse Wolff à imprensa no circuito de Sakhir. “Eles ganharam dois segundos em seis meses e o carro deles é metade nosso, considerando que usam a mesma caixa de câmbio, motor e suspensão traseira, além de compartilharmos o mesmo túnel de vento. Então, só temos que reconhecer que eles fizeram um trabalho melhor do que nós.”
“Nós sabemos que não temos um problema mecânico, senão a Aston Martin também sofreria da mesma coisa, a questão é que vamos bem nas retas mas perdemos muito tempo nas curvas rápidas”, concluiu Wolff.