Em 2016, a Fórmula 1 testemunhou uma das trocas de pilotos mais inesperadas e que foi muito comentada na época: Max Verstappen assumiu o cockpit da Red Bull, enquanto Daniil Kvyat foi rebaixado para a Toro Rosso (atual AlphaTauri). Em entrevista recente ao Formula1.com, o piloto russo revelou detalhes inéditos sobre a pressão que sofreu antes daquela decisão d equipe, e os sentimentos que enfrentou naquele momento turbulento de sua carreira.
Kvyat já sentia o ‘clima pesado’ antes mesmo de começar a temporada de 2016. Ele afirmou que o consultor da Red Bull, Helmut Marko, havia lhe transmitido uma missão nada fácil: “Helmut foi direto: ‘Precisamos que você derrote Daniel (Ricciardo) consistentemente em todas as corridas, mais ou menos’. Pensei: ‘Ok, vamos ver, ele não é idiota, mas eu vou dar o meu melhor, assim como ele’.”
Apesar do terceiro lugar na China, o GP da Rússia, corrida em casa de Kvyat, se tornou o ponto de virada. Um incidente com Sebastian Vettel foi a gota d’água para a Red Bull, segundo o russo afirmou: “As primeiras corridas foram complicadas, mas houve claras melhorias, como na China. Então veio Sochi, e obviamente, eles precisavam disso (mudança de pilotos)”.
Para Kvyat, que na época contava com 97 largadas na F1, a voltar à Toro Rosso foi um baque duro para a motivação: “Começaram tempos difíceis porque minha motivação estava baixa. Voltar para a Toro Rosso, um carro com uma filosofia diferente, foi complicado. Carlos (Sainz) estava com muita fome e confiança no carro, e eu por outro lado, sem fome, sem confiança. Contra um Carlos motivado, com aquela abordagem mental, não havia nada que eu pudesse fazer”, concluiu.
As lembranças de Kvyat sobre aquela troca de pilotos revelam o lado humano de uma saga que marcou a temporada de 2016. Sua experiência serve como um lembrete da pressão e da volatilidade que os pilotos da F1 enfrentam constantemente, onde uma corrida pode mudar o curso de uma carreira.