A trajetória de Carlos Sainz na Fórmula 1 é marcada por talento, resiliência e uma pitada de falta de sorte, principalmente no início de sua carreira na Red Bull. Helmut Marko, consultor da equipe, afirmou recentemente que Sainz teve um pouco de falta de sorte ao ter Max Verstappen como companheiro de equipe durante sua passagem pela Toro Rosso (atual AlphaTauri) em 2015 e 2016.
Juntos desde a estreia na F1, a dupla protagonizou duelos emocionantes, mas também um ambiente tenso que culminou na rápida ascensão de Verstappen para a Red Bull, e a dispensa de Sainz, considerado ‘impaciente’ pela equipe.
“Sainz é sem dúvida, um grande piloto”, afirmou Marko ao jornal espanhol Marca. “Ele estava quase no mesmo nível que Max na Toro Rosso. Mas a falta de sorte dele foi ter Verstappen como companheiro de equipe. A atmosfera entre os dois era bastante tóxica. E do jeito que a equipe estava estruturada na época, não vi como mantê-lo conosco. Então Carlos foi para a Renault (atual Alpine), depois para a McLaren e acabou na Ferrari.”
Marko também acredita que Sainz sofreu por ser filho de um nome lendário do automobilismo mundial: Carlos Sainz Sr, que recentemente conquistou sua quarta vitória no Dakar.
“Por muito tempo, Carlos viveu na sombra do pai”, acrescentou. “Ele foi injustamente taxado como o filho mimado de um piloto de corrida, enquanto na verdade, teve que constantemente lutar para avançar.”
O talento de Sainz, porém, ficou evidente quando ele pilotou o carro RB9 em 2013, e superou o então campeão Sebastian Vettel nos trechos de alta velocidade.
“Ele era muito rápido nas categorias menores. Em seu primeiro teste na F1 em Silverstone, desde o início, ele foi um pouco mais rápido nas curvas rápidas do que Sebastian, que era nossa referência naquele momento”, disse Marko. “Carlos estava quase no mesmo nível que Verstappen… quase, mas quando tivemos que escolher entre Max e Carlos, ficou claro o que tínhamos que fazer.”
Apesar das dificuldades iniciais, Sainz construiu uma carreira sólida na F1, conquistando duas vitórias (incluindo a única vitória não-Red Bull de 2023 em Singapura) e consolidando-se como um dos principais pilotos do grid.
Essa tal ‘maldição Verstappen’ não impediu o espanhol de chegar ao topo do automobilismo. Sainz se reinventou, superou a sombra do pai, e na Ferrari, provou que, com talento e perseverança, a sorte de um piloto pode mudar.