Tim Mayer, ex-comissário de prova da Fórmula 1, criticou duramente a FIA e seu presidente, Mohammed Ben Sulayem, após ser demitido por mensagem de texto. A decisão veio em meio a outra controvérsia, o desligamento de Janette Tan, vice-diretora de provas da Fórmula 2, poucos dias antes de assumir o comando das etapas finais da temporada.
Para Mayer, essas mudanças mostram que a FIA está ficando sem diretores de prova qualificados. “Tan representa o que há de melhor na próxima geração de diretores. Não entendo como não se esforçaram mais para mantê-la”, disse ele em entrevista à BBC Sport.
Com Tan fora, Rui Marques, que estreou como diretor de provas da F1 no GP de Las Vegas, será responsável por acumular funções na F1 e na F2 durante os GPs do Catar e de Abu Dhabi. Mayer afirmou que essa pressão adicional pode comprometer a eficiência: “Não há muitos diretores no nível ‘platina’ da FIA. É um trabalho complexo, que exige constante vigilância.”
Mayer, que serviu à FIA por quinze anos, acredita que sua demissão está ligada a um desentendimento com Ben Sulayem. Ele representou os organizadores do GP dos EUA em uma audiência sobre a invasão de pista em Austin, contestando uma multa de €500 mil aplicada pela FIA. Embora a justificativa oficial para sua saída seja um suposto conflito de interesses, Mayer discorda: “Esse papel beneficente para a FIA é algo que exerço há muito tempo. Isso não é novidade”, acrescentou.
O ex-comissário também destacou que o uso de mensagens de texto para comunicar uma demissão reflete mal na gestão da FIA: “Para uma entidade que depende de voluntários, dispensar alguém dessa forma não é profissional.”
Mayer alertou que a instabilidade atual pode prejudicar a capacidade da FIA de manter altos padrões no esporte, especialmente em um momento de grande crescimento da Fórmula 1. “Eles estão literalmente ficando sem pessoas para ocupar esses cargos”, concluiu o ex-comissário.