O ex-piloto de Fórmula 1, Nikita Mazepin, irá buscar ajuda em um tribunal no Canadá, para tentar se retirar da lista de sanções do país.
Mazepin é filho do empresário russo Dmitry Mazepin, uma das 14 pessoas consideradas oligarcas, membros da família ou um colaborador próximo do regime russo do presidente Vladimir Putin, após o início das operações militares que resultaram na invasão da Ucrânia.
Todas essas 14 pessoas foram adicionadas à lista de sanções do Canadá, com centenas de indivíduos e organizações também adicionadas à mesma lista desde então, proibindo transações financeiras entre os que estão na lista com empresas canadenses.
De acordo com uma reportagem da publicação canadense, The Vancouver Sun, Mazepin entrou com um pedido na Justiça Federal para instruir a ministra das Relações Exteriores, Melanie Joly, a retirá-lo da lista de sanções.
Mazepin também está pedindo ao tribunal que ordene uma ‘medida provisória’, que permitiria que ele participasse de atividades de corrida no Canadá. A Global Affairs Canada se recusou a comentar o caso enquanto o processo judicial está em andamento.
O pedido apresentado nas notas do tribunal, diz que ‘Mazepin é um jovem esportista e piloto profissional de automobilismo, que não está de forma alguma envolvido na agressão sofrida pela Ucrânia, e também não está envolvido em nenhum setor econômico que forneça receita substancial à Rússia’.
Tendo se tornado piloto de F1 com a Haas em 2021, quando a empresa de fertilizantes Uralkali, liderada por seu pai, se tornou a patrocinadora principal da equipe americana, Mazepin foi dispensado sem cerimônia no início de 2022, ainda na pré-temporada da F1, quando surgiram as notícias da invasão russa na Ucrânia.
Com a FIA introduzindo medidas para efetivamente banir os pilotos russos de todas as suas categorias de corrida, a menos que o piloto estivesse disposto a assinar um acordo de neutralidade, denunciando efetivamente as ações de seu país e correr sob uma licença de corrida neutra, as opções de Mazepin ficaram limitadas. Adicionado a isso foram as sanções econômicas impostas contra empresas e oligarcas russos, incluindo Mazepin, com as sanções da UE bloqueando ainda mais as atividades de corrida de Nikita.
No entanto, medidas provisórias nos tribunais da UE permitiram que ele retomasse as corridas na UE, enquanto ele também competia na Asian Le Mans Series com a 99 Racing, com todas as etapas acontecendo no Oriente Médio.
Com Mazepin buscando um retorno à F1, algo muito difícil de acontecer, seu pedido no tribunal canadense torna seu caso ‘urgente’, pois ele busca se envolver nas negociações das equipes para a próxima temporada. Se não puder participar da F1 no próximo ano, ele afirma que será extremamente difícil, se não impossível, para ele ser recrutado novamente como piloto de F1 ou como piloto em outros campeonatos de automobilismo.
Em dezembro, um pedido de exclusão da lista de sanções não foi respondido pelo ministro, levando o piloto a argumentar que o ministro, ‘não observou os princípios da justiça natural ao não lhe dar a oportunidade de ser ouvido na decisão de listagem e falhando em fornecer-lhe as razões para as sanções’.
Tudo isso, aliado ao fato que Mazepin só obteve resultados muito fracos em seu tempo na F1, quando foi amplamente superado pelo então companheiro de equipe na Haas, Mick Schumacher, provavelmente decreta o fim de sua carreia na categoria, mesmo ele afirmando que pretende voltar a ser um piloto de Fórmula 1.