A histórica conquista da McLaren no Campeonato de Construtores de 2024 encerrou um jejum de 26 anos e marcou um momento significativo na Fórmula 1. A equipe de Woking tornou-se a primeira equipe cliente desde a Brawn GP, em 2009, a vencer o título, destacando-se como um exemplo de que não é necessário ser uma equipe de fábrica para alcançar o topo.
Utilizando motores Mercedes, a McLaren desafiou o domínio das equipes de fábrica e garantiu o título com a vitória de Lando Norris no GP de Abu Dhabi, que encerrou a temporada. Esse feito derrubou a antiga crença de que apenas equipes de fábrica poderiam competir de forma consistente pelo campeonato.
Para Andrea Stella, chefe da McLaren, a vitória reflete o bom trabalho da FIA em garantir paridade nos regulamentos, permitindo que equipes clientes possam competir em pé de igualdade com as de fábrica.
“Por si só, isso não é particularmente satisfatório, porque acho que hoje em dia, graças aos regulamentos e ao bom trabalho que a FIA tem feito para criar clareza sobre como os motores são usados entre equipes clientes e de fábrica, estamos bem tranquilos de que o desempenho das unidades de potência dos clientes é tão bom quanto o das equipes de fábrica,” explicou Stella.
Lando Norris, um dos pilares do sucesso da equipe, destacou que o status de cliente nunca foi um obstáculo para a McLaren. “Acho que isso não é algo que passa pela cabeça de ninguém. É sempre bom provar que as pessoas estão erradas, mas nosso objetivo não é vencer apenas por causa disso,” disse Norris.
“Nossa meta é vencer, não importa com quem estamos trabalhando. A Mercedes nos ajudou muito,” acrescentou.
A relação entre McLaren e Mercedes, que foi estendida até 2030, também desempenhou um papel importante no sucesso da equipe. Stella ressaltou que o diálogo com a Mercedes High Performance Powertrains (HPP) tem sido essencial para garantir o desempenho competitivo.
“Temos uma relação muito boa com a HPP, um diálogo muito aberto, e, enquanto reconhecemos que, em última instância, a palavra final sempre será da Mercedes, o diálogo é positivo e sabemos que eles estão ouvindo nossas opiniões,” afirmou Stella.
“Mais uma vez, gostaria de destacar que esse é um bom trabalho feito pela FIA para proteger as equipes clientes, permitindo que tenham oportunidades de vencer corridas e campeonatos sem precisar ser uma equipe de fábrica.”
Zak Brown, CEO da McLaren, revelou que a parceria com a Mercedes será ainda mais profunda no próximo ciclo de regulamentos, com a equipe tendo maior influência no desenvolvimento das unidades de potência para 2026. “Na prática, isso significa que temos mais influência e acesso antecipado ao desenvolvimento deles.”
A conquista da McLaren será lembrada como um marco, destacando a importância do trabalho em equipe e da superação de barreiras. Embora o chefe da Mercedes, Toto Wolff, tenha celebrado o título como “um sucesso para a Mercedes Motorsport,” a conquista é da McLaren.
Flavio Briatore, conselheiro executivo da Alpine, afirmou em entrevista ao Auto Motor und Sport: “Quantas vezes você já leu ou ouviu falar sobre a McLaren-Mercedes sendo campeã mundial? Nunca.”