A McLaren voltou a ser o centro das atenções na F1. Na etapa passada, em Baku, o time voltou a liderar o Mundial de Construtores depois de 12 anos e agora no paddock em Singapura é o box onde o centro das atenções estão focadas neste final de semana.
Juntos, Oscar Piastri e Lando Norris já conseguiram superar a Red Bull de Sergio Perez e Max Verstappen, mas a vantagem do holandês no campeonato de pilotos segue bastante considerável. Tanto que o próprio Piastri, mesmo vindo de vitória em Baku, confirmou aos jornalistas presentes na entrevista oficial da FIA em Singapura – onde o F1MANIA.NET está presente – que considera a chance de título remota.
Até por isso o australiano se mostra aberto a ajudar Norris nesta missão, ainda que também para o inglês não seja fácil reverter uma vantagem tão grande que Verstappen abriu nas primeiras corridas.
O fato é que, coincidência ou não, justamente agora como líderes do Mundial, a McLaren lançou um novo layout para o GP de Singapura justamente pensado na era MP4, os anos de ouro do time na F1, incluindo os três títulos mundiais de Ayrton Senna (1988, 1990 e 1991), além de outras lendas do esporte como Alain Prost e Niki Lauda.
Fui conferir de perto o carro no lançamento da McLaren promovido em parceira com seu patrocinador, a OKX. Ao bater o olho no carro, é difícil identificar a homenagem vendo-o de frente, mas quando fui para a lateral para registrar a foto, aí a lembrança é imediata, ainda mais porque este repórter viu este carro de perto em seus primeiros GPs de F1 ainda na arquibancada, em Interlagos, São Paulo, a partir de 1990.
Há quem prefira o modelo que a McLaren usou em Mônaco, este sim para homenagear “apenas” Ayrton Senna, e não toda uma era, como o atual, que remete ao desenho clássico referente a Marlboro. Sem dúvida uma atração extra para o GP de Singapura e que simboliza que, de fato, para a McLaren os anos dourados parecem estar de volta.
O time também está no centro de outro assunto quente no paddock da F1 em Singapura: o destino de Gabriel Bortoleto, piloto que integra a Academia McLaren. Aproveitei a sessão de entrevista oficial de Fernando Alonso para perguntar o que ele poderia ajudar seu pupilo em meio a tanto interesse de mídia, especulações para o futuro, já que o brasileiro ainda precisa ficar focado na luta pelo título da F2, no qual também assumiu a liderança na última etapa, em Baku.
“Não é fácil dar conselhos, pois cada piloto é diferente, mas ele tem um talento incrível. Como eu já disse em Baku, ele é o único novato na F3 ou F2 que está liderando o campeonato. Todos os outros fizeram muitos testes com carros de F1 e F2, enquanto Gabriel é um novato puro, o que só reforça o seu talento. O Brasil tem uma história enorme na F1, com grandes pilotos, e isso traz uma certa pressão. Precisamos dar tempo a Gabriel para que ele chegue à F1 no momento certo, na equipe certa e totalmente preparado”, explicou o bicampeão, em reportagem que você confere aqui:
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Assim como passou pela minha cabeça, outros jornalistas ingleses pegaram esta última resposta para entender se isso, afinal, era uma “indireta” de que Bortoleto não precisa se desesperar por uma vaga na F1 em 2025 no pior time do grid. Afinal, o espanhol tem razão em dizer que chegar pela porta certa pode ser o segredo do sucesso na categoria, mas ele mesmo iniciou sua trajetória na Minardi, o então pior time da F1, para depois atingir o sucesso com vitórias e títulos na Renault.
“Não, de forma alguma. A equipe precisa tomar grandes decisões, e Gabriel é uma opção muito atrativa no momento”, esclareceu Alonso. O assunto também repercutiu na coletiva de imprensa com os pilotos George Russell e Oscar Piastri, que elogiaram os novos talentos da F1 e mostram que, se você vence a F3 e F2 no primeiro ano, seu passe chega muito valorizado nos times – algo que aconteceu com os dois, por sinal.
Por fim, a McLaren também dominou os assuntos relacionados a asas flexíveis. Piastri foi questionado e respondeu de forma bem insistente que os itens são “legais” e que são testados exaustivamente por técnicos e comissários da FIA. Já Verstappen deu a entender que pode haver uma zona cinzenta dentro deste regulamento e que cabe a eles entenderem junto com os fiscais o que pode ser feito. A própria transmissão da F1 focou bastante nesta imagem e a polêmica ainda está apenas começando.
Só não foi a maior polêmica do dia porque os “palavrões” deram o que falar aqui em Singapura. Todos os pilotos entrevistados mostraram que não faz sentido a FIA proibir a linguagem chula em momentos do rádio “quando estamos a 300 km/h e com a adrenalina lá em cima”, explicou Charles Leclerc em entrevista no espaço de mídia da Ferrari no paddock de Singapura.
Ao mesmo tempo, ele e Lewis Hamilton entendem que, como atletas com milhões de fãs e seguidores, precisam ter uma postura exemplar – “mas talvez seja o caso de não mostrar o rádio ao vivo o tempo inteiro”, sugeriram, lembrando que a F1 é a única modalidade em que isso seja possível e que, portanto, acaba dando espaço para este tipo de acontecimento.
Hamilton, porém, não gostou de ouvir que a comparação da linguagem de palavrões tenha sido comparada à de rappers, como o presidente da FIA disse em uma entrevista antes do GP. “Não gostei como ele se expressou, dizendo isso dos rappers de forma bem estereotipada. A maioria dos rappers é negra, então acho que foi uma escolha errada de palavras, há um elemento racial aí”, disse o piloto em entrevista na área da Mercedes na noite desta quinta-feira, em Singapura.
A corrida noturna que começou sua história com um dos GPs mais polêmicos de todos os tempos, em 2008, pelo visto vai proporcionar mais uma corrida marcante em 2024. Seja pelo lado esportivo, no único GP onde a Red Bull não venceu em 2023, com Sainz levando a vitória para a Ferrari, seja pelas polêmicas que agitaram o paddock nesta quinta-feira antes mesmo do primeiro carro entrar na pista.
O F1MANIA.NET acompanha ‘in loco’ todas as atividades do GP de Singapura com o jornalista Rodrigo França.
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