F1: Montoya propõe equipes com três carros na categoria

Com seu filho Sebastian na lista de pilotos que sonham em correr na Fórmula 1, o ex-piloto da categoria, Juan Pablo Montoya, reacendeu o debate sobre as equipes usarem um terceiro carro, para dar aos pilotos juniores uma oportunidade.

Atualmente, a Fórmula 1 tem apenas dez equipes no grid, embora haja espaço para mais de acordo com o regulamento atual. Isso significa que, no momento, apenas 20 pilotos podem competir, com muitos jovens decepcionados a cada temporada por não conseguirem chegar lá.

O campeão da Fórmula 2 em 2021, Oscar Piastri, teve que assumir a função de piloto reserva na Alpine por falta de vagas como titular na F1, embora tenha conseguido assinar com a McLaren para ser titular em 2023. Em 2022, o novo campeão da F2, o brasileiro Felipe Drugovich, teve que trilhar o mesmo caminho, e será reserva na Aston Martin na temporada 2023.

Esses dois pilotos citados, podem até certo ponto, considerar-se sortudos, pois seu sonho de Fórmula 1 permaneceu vivo, enquanto outros, como o ex-júnior da Ferrari, Callum Ilott, e Christian Lundgaard, da Alpine, tiveram que deixar o sonho para trás, com ambos indo correr na Indy nos EUA.

Falando ao Motorsport.com, Montoya expôs sua ideia: “Você poderia fazer com que as equipes inscrevessem um terceiro carro na metade das corridas, ou você faria isso de forma a ter 22 carros no grid de largada todas as semanas.”

“Então você tem que fazer alguns cálculos, mas pode forçar as equipes a ter um jovem piloto pilotando um terceiro carro em duas, três ou quatro corridas”, disse ele.

“Uma equipe terá que designar um piloto antes da temporada para usar nessas corridas. Dessa forma, você dá aos jovens pilotos a oportunidade de aprender, ganhar experiência e se desenvolver”, acrescentou o colombiano.

A ideia de Montoya surge em um momento em que a Fórmula 1 está tentando cortar custos, chegando na nova temporada, em seu terceiro ano operando sob um teto orçamentário.

Ele, no entanto, não acredita que correr com um terceiro carro seria um aumento significativo nos gastos financeiros das equipes. “As equipes já têm tudo o que precisam. E os custos extras envolvidos em usar mais um carro em algumas corridas, são administráveis”, disse ele.

“Você também pode começar após as primeiras cinco corridas, pois todos ainda estão ocupados produzindo peças suficientes no início da temporada. Poderia começar com isso em Barcelona, por exemplo.”

Dando continuidade à sua ideia, o colombiano, disse que as equipes poderiam escolher os circuitos onde gostariam de utilizar o terceiro carro e assim somar mais pontos.

“Se você tem um bom carro para uma determinada pista, pode optar por correr lá com um terceiro carro”, disse ele. “Dessa forma você pode tirar alguns pontos da concorrência.”

“Por exemplo, suponha que a Ferrari tenha um carro rápido para Monza. Então eles podem decidir usar seu terceiro carro lá”, acrescentou.

Mas, no final das contas, muito provavelmente, essa não é uma solução que deve atrair as equipes, e Montoya sabe disso.

Ele continuou: “Ou eles vão trabalhar com essa ideia, ou devem dar mais sessões de treinos livres para jovens pilotos. Ou ainda, tornar obrigatório que as equipes façam uma sessão de treinos para um novato pelo menos oito vezes por temporada, em vez de duas, como é o caso atualmente”, finalizou o colombiano.