A FIA aprovou mudanças em seus estatutos que alteram o funcionamento dos comitês de ética e auditoria, apesar da resistência de algumas partes interessadas. As revisões foram confirmadas durante a Assembleia Geral em Ruanda, antes da cerimônia de premiação anual da entidade.
Uma das principais alterações, prevê que questões éticas serão supervisionadas diretamente pelo presidente da FIA, atualmente Mohammed Ben Sulayem, e pelo presidente do Senado da FIA, reduzindo o papel independente do Senado nesse processo. Além disso, o comitê de auditoria só poderá investigar assuntos financeiros com autorização explícita do presidente do Senado.
A proposta recebeu críticas, como a do presidente do Motorsport UK, David Richards, que afirmou à BBC: “O comitê de auditoria deve ser completamente independente e ter liberdade para investigar qualquer questão dentro da FIA. Essa mudança de estatuto impede isso e compromete a governança.”
Em resposta, a FIA declarou que o objetivo é proteger informações confidenciais e reforçar a governança interna. Segundo a entidade, a limitação na distribuição de relatórios do comitê de ética visa evitar vazamentos e proteger tanto os denunciantes quanto os investigados.
O comunicado oficial da FIA esclareceu que: “O comitê de auditoria continua com suas funções de apoio e investigação, mas agora precisa ser solicitado pelo presidente do Senado para agir.”
Essas mudanças refletem o desejo da FIA de centralizar o controle em questões sensíveis e evitar conflitos internos, mas levantam preocupações sobre a transparência e a independência na gestão da entidade máxima do automobilismo.