São tempos, no mínimo, interessantes. O que era uma possibilidade, foi tomando contornos e na quinta, veio a notícia de que a Globo teria comunicado aos seus anunciantes que não teria a F1 em sua grade em 2021. Nesta sexta, o comunicado oficial veio: a emissora carioca não renovaria o acordo de transmissão da categoria.
Fico imaginando como seria o ano de 1979 se já houvesse redes sociais. Naquele ano, houve a mesma coisa: a Globo decidiu repassar os direitos de transmissão para a Bandeirantes, já que a audiência caía e não havia uma possibilidade de brasileiros na frente (Emerson tentava fazer a Fittipaldi andar e Piquet era um talento a se confirmar).
O curioso foi ver muita gente que antes reclamava das transmissões se vendo perdida e outros comemorando esta mudança. A novidade está deixando a comunidade brasileira da F1 entre o espanto e a raiva.
Não temos todos os dados que motivaram a Globo a tomar esta atitude. Até onde se saiba, era um dos produtos que mais trazia dinheiro em cotas publicitárias (cerca de R$ 500 milhões por ano) e vinha com uma audiência crescente nos últimos anos, consolidando o Brasil como principal mercado televisivo da categoria no mundo.
A Liberty Media vem nos últimos anos procurando mudar o perfil da transmissão da categoria. Além de fazer uma abordagem firme nas redes sociais, reforça a mudança para um modelo para o streaming e a TV por assinatura. Nos últimos anos, com o vencimento dos acordos ainda fechados por Bernie Ecclestone, a tendência foi mantida. Prova maior foi a transmissão para a Alemanha, que ficou por anos com a RTL e, a partir do próximo ano, ficará com o serviço de assinatura da Red Bull.
Além disso, vem procurando incrementar o seu aplicativo, o F1 TV. Que mesmo com alguns problemas, cresce aos poucos, aproveitando o vencimento dos acordos vigentes. A intenção dos americanos seria colocar disponível aqui no Brasil de forma completa. Hoje, o brasileiro tem acesso à versão Access, que dá direito ao live timing (acompanhamento dos tempos), ao acervo de corridas desde 1981 e a alguns vídeos especiais. Por isso, se paga US$ 27/ano (cerca de R$ 151 ao câmbio atual).
A queda de braço com a Globo não vinha de hoje. As negociações incluíam valores, bem como a liberação do aplicativo para o território brasileiro. O comunicado de hoje abre muitas dúvidas sobre o futuro da categoria no Brasil.
O que se fala é que a Rio Motorsports, empresa que tem a concessão da construção e exploração do Autódromo do Rio de Janeiro (Deodoro), assumiria os direitos de transmissão e faria como a MotoGP, que também estava com o grupo Globo: repassaria para TV por assinatura e, quem sabe, TV aberta. Tendo também o aplicativo para exibição.
Esta situação agora abre uma grande dúvida na comunidade brasileira de F1: Como fazer agora?
Se a F1 ficar em TV por assinatura e streaming, vai observar uma queda considerável nos números de audiência, tão caros à Liberty. E para vender as cotas de patrocínio, fica um pouco complicado, já que as marcas que hoje acompanham a categoria também são exibidas em outros momentos da grade da Globo. O mesmo acontece em relação à TV aberta.
Ainda no streaming, o pacote Pro da F1 TV (que daria acesso às corridas da F1, F2, F3 e Porsche Cup, imagens das câmeras dos carros e rádios das equipes) hoje estaria em cerca de R$ 450/ano. E dependendo do pacote de TV de assinatura, nem todos os canais ficam disponíveis em pacote básico, obrigando a contratar adicionais.
O público fiel, que tiver condições, fará a assinatura seja de canais ou de aplicativo. Mas muita gente que hoje reclama da Globo, torce para que se mantenha em alguma TV aberta. Caso contrário, terá que apelar para o famoso “link maroto” para acompanhar a categoria. Isso acaba por ser muito sério, pois restringe muito mais ao acesso. Infelizmente, estamos em um país onde muita gente não tem acesso à internet de alta velocidade e no meio de uma crise econômica.
Os próximos tempos serão interessantes. Por enquanto, haverá muita adivinhação sobre o que acontecerá. Pode até mesmo ainda não acontecer nada. O fato é que esta movimentação deixa muita gente de respiração presa e faz aumentar mais ainda os temores de uma perda do GP do Brasil, diante ainda das indefinições sobre a permanência de Interlagos ou a construção de Deodoro.
É o fim de uma era. O desconhecido nos deixa perplexos. É hora de deixar as ondas baterem e ver a espuma que fica na areia.
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