Adrian Newey, renomado projetista da Fórmula 1, que irá iniciar seu trabalho na Aston Martin em março deste ano, expressou sua opinião sobre a necessidade de mudanças nas regras da categoria, apesar de concordar com a introdução do teto de gastos. Em entrevista à Auto Motor und Sport, Newey argumentou que as equipes estão exagerando nos cortes de orçamento, perdendo muitos funcionários para outras categorias do automobilismo e indústrias.
Newey afirmou que a Fórmula 1 atual possui um ‘livro de regras’, o que significa que muita coisa já está definida. “Acho uma pena. O limite orçamentário… Deve haver uma forma de controlar o custo, ou certamente os benefícios de gastar mais, para não tornar isso simplesmente uma ‘corrida armamentista’, onde a equipe com o maior orçamento vence”. No entanto, o engenheiro britânico acredita que algo precisa mudar, já que o teto de gastos também tem algumas penalidades ocultas, segundo ele.
“Isso realmente significa que a Fórmula 1 não é mais a indústria mais bem paga”, afirmou Newey. “Na Red Bull, perdemos principalmente pessoas para outras equipes. Agora estamos perdendo pessoas para empresas de tecnologia porque elas pagam melhor”. Newey também mencionou a perda de funcionários para equipes do WEC, que também oferecem salários mais altos. “Estamos perdendo recém-formados, porque a Fórmula 1 não é mais a indústria que paga melhor. Digamos que está envolvida em muitas penalidades inesperadas”, acrescentou.
O teto de gastos foi introduzido em 2021, numa tentativa de equilibrar o grid da F1. As equipes de ponta investiam muito mais do que as equipes menores, criando disparidades enormes. Embora ainda existam problemas com o teto de gastos, ele parece ter, de fato, aproximado as equipes. O grid atualmente está muito mais competitivo, proporcionando disputas emocionantes na pista.
Quando o teto de gastos foi introduzido em 2021, as equipes podiam gastar cerca de US$ 145 milhões por ano. Esse valor foi reduzido para US$ 135 milhões ao longo dos anos. No entanto, a FIA anunciou que o teto de gastos será aumentado novamente para US$ 215 milhões em 2026. Embora isso dê às equipes uma folga financeira significativa, resta saber se isso realmente fará diferença.