Adrian Newey, um dos mais renomados designers de carros da Fórmula 1, criticou as novas regulamentações da categoria que serão implementadas em 2026. O engenheiro britânico, que deixará a Red Bull Racing e irá para a Aston Martin em março de 2025, expressou preocupação com o equilíbrio entre as regras do chassi e da unidade de potência.
Newey destacou que é a primeira vez em muito tempo que a F1 introduz novas regras simultaneamente para ambas as áreas. Segundo ele, as regulamentações da unidade de potência foram estabelecidas sem considerar adequadamente as consequências para o chassi.
O engenheiro britânico apontou que ainda há incertezas sobre como as novas regras irão funcionar na prática. Ele mencionou que, após simulações que mostraram os carros de 2026 ficando sem energia elétrica nas retas, a FIA decidiu fazer ajustes adicionais nos regulamentos.
Newey expressou preocupação com a possibilidade de os carros serem consideravelmente mais lentos no final das corridas do que no início, devido ao esgotamento da bateria. Embora as regras do chassi tenham sido projetadas para compensar esse problema, ele acredita que isso pode ocorrer em detrimento da diversidade e originalidade dos carros.
O projetista comparou a situação da F1 com a da IndyCar, que perdeu terreno para a Fórmula 1 nos anos 90 devido a regulamentações excessivamente restritivas para o chassi. Newey sugeriu que as novas regras da F1 para 2026, foram concebidas principalmente para atrair fabricantes de automóveis, como Audi e Honda.
No entanto, ele destaca que o valor real da Fórmula 1 está nas equipes, e não nos fabricantes, que podem entrar e sair da categoria a qualquer momento. “A Audi está chegando, a Honda reverteu sua decisão de sair, mas para mim, o valor está nas equipes, não nos fabricantes. Eles vêm e vão”, afirmou o britânico.
Newey lembrou que já houve vários casos de fabricantes mudando de direção estratégica e abandonando a categoria: “Eles trocam de CEO, decidem de repente que preferem patrocinar um torneio de tênis ao invés da Fórmula 1, então seguem em uma direção diferente. Temos visto isso regularmente”, completou o projetista.