Toto Wolff, chefe da Mercedes, reconheceu que sua equipe enfrenta dificuldades na temporada 2024 da Fórmula 1. Apesar de considerar o carro atual, o W15 uma evolução em relação aos modelos anteriores com efeito solo, Wolff admite que a Mercedes ainda está longe de poder estar na disputa pelos título no campeonato.
A Mercedes dominou a F1 na era híbrida, conquistando oito títulos consecutivos de construtores entre 2014 e 2021. No entanto, a volta do efeito solo para a categoria em 2022, marcou uma mudança de cenário. A Mercedes venceu apenas uma corrida desde então, o GP de São Paulo em 2022 com George Russell, e ocupa atualmente a quarta colocação no mundial de construtores.
Um dos principais erros da Mercedes foi a adoção do conceito ‘zeropod’, que não rendeu o desempenho esperado na pista. Mesmo com uma reformulação no W15 para 2024, a equipe enfrenta seu pior início de temporada desde 2011.
Wolff acredita que o acerto entre as equipes, à medida que as regras técnicas amadurecem, esconde o progresso relativo da Mercedes: “É um pouco como nos últimos dois anos. Acho que este carro é o melhor dos piores. É uma base melhor para trabalhar, mas ainda não é um carro que deixe os pilotos confortáveis para atacar as curvas a 320 km/h.”
Após o GP da Arábia Saudita, Wolff revelou que a Mercedes enfrenta um problema fundamental na correlação entre o túnel de vento e a pista real. Apesar de diversas mudanças para solucionar o problema, o dirigente austríaco reconhece que a questão central ainda não foi resolvida.
“Eu acho que perdemos o caminho no início de 2022”, disse Wolff, questionado sobre o ponto de virada para a Mercedes. “Nossas ferramentas e sistemas sempre nos deram carros campeões, mas as novas regras giram em torno do efeito solo. Isso significa que toda a sustentação vem do assoalho. Desenvolvemos um carro promissor nos dados e no túnel de vento, mas não entregamos na pista.”
Apesar do cenário desanimador a curto prazo, Wolff mantém o otimismo para o futuro: “Estou olhando para a situação com uma perspectiva de longo prazo. Faço parte da equipe como líder, co-proprietário, e quero olhar para trás em dez ou vinte anos e ver muitos outros campeonatos conquistados. Mas precisamos ser realistas sobre o que podemos alcançar em um único fim de semana. Não estamos onde queremos estar. Precisamos trabalhar duro, focar, continuar evoluindo e sermos mais competitivos. Mas duvido que isso aconteça do dia para a noite”, concluiu o chefe da Mercedes.
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