A Pirelli está confiante de que os pneus desenvolvidos para a temporada 2025 da Fórmula 1 atingirão os objetivos estabelecidos. Após a surpresa com o nível de downforce gerado pelos carros de 2024, a fabricante italiana optou por construções mais robustas para o último ano com os regulamentos atuais.
Mario Isola, diretor de corridas da Pirelli, afirmou que as simulações fornecidas pelas equipes sobre o nível de downforce esperado para o final da temporada não foram precisas. “As simulações que as equipes nos entregaram sobre o nível de downforce que eles esperavam ter até a última corrida da temporada não eram precisas, porque, na maioria dos casos, quando chegamos à primeira corrida, as equipes já estavam atingindo o nível que deveriam atingir até Abu Dhabi!”, disse Isola.
O foco do desenvolvimento dos pneus para 2025 esteve na resistência da estrutura, sem grandes alterações nas misturas. “Exceto para garantir que a diferença de tempo de volta entre os pneus C2 e C3 estivesse alinhada com as diferenças entre o restante da gama”, explicou Isola. A intenção não era reduzir o superaquecimento e retornar às corridas monótonas de uma única parada.
“É difícil quantificar quanto você pode reduzir o superaquecimento. E também é importante que não reduzamos muito a degradação. Infelizmente, a degradação térmica e o superaquecimento estão bastante conectados, então se reduzirmos muito a degradação, significa que teremos a maioria das corridas com uma única parada”, acrescentou.
A Pirelli trabalhou para tornar os pneus mais consistentes durante um stint, com o objetivo de ‘tentar desacoplar esses dois efeitos para reduzir o superaquecimento, que é o efeito reversível da degradação, e manter a degradação térmica’. Isola se mostrou confiante com os resultados do teste pós-temporada em Abu Dhabi, mas ressaltou a importância do teste de pré-temporada no Bahrein, em fevereiro de 2025, para uma avaliação mais precisa. “O teste no Bahrein, em fevereiro, nos dará outra indicação, porque o Bahrein é muito severo para tração e degradação dos pneus, e testaremos os compostos mais duros lá. Mas para ter uma imagem clara, é importante que esperemos as primeiras três, quatro corridas, pelo menos.”
Isola destacou que, durante o teste em Abu Dhabi, as equipes não tiveram problemas em levar até a janela de operação os compostos mais duros, mesmo na primeira volta cronometrada. “Não vejo nenhuma diferença”, afirmou sobre o aquecimento dos pneus. A Pirelli buscou elevar um pouco a faixa de trabalho dos pneus, considerando que, mesmo em condições frias, não houve dificuldades de aquecimento durante a temporada. “O trabalho complicado para os engenheiros é equilibrar os dois eixos, mas isso depende do circuito, especialmente em relação ao traçado do circuito, de quanta energia você coloca no pneu naquele circuito específico. Não é um comportamento geral do pneu, mas nos pneus da especificação 2025, a faixa de trabalho é um pouco mais alta. E isso é o que tentamos fazer”, completou o diretor da Pirelli.