A Pirelli revelou que as falhas de pneus sofridas por Lewis Hamilton e Carlos Sainz durante o GP do Catar de Fórmula 1 não foram causadas pelos destroços do espelho do carro de Alex Albon, que foi atropelado por Valtteri Bottas na reta principal.
As falhas simultâneas no pneu dianteiro esquerdo de Hamilton e Sainz levantaram suspeitas iniciais de que os danos poderiam ter sido causados pelo impacto com os destroços do espelho. No entanto, uma análise preliminar realizada após a corrida descartou essa possibilidade, indicando que os problemas começaram antes dos pilotos passarem pelo local onde o espelho foi quebrado.
O engenheiro-chefe da Pirelli, Simone Berra, afirmou que a telemetria mostrou que as perdas de pressão nos pneus ocorreram em outro ponto do circuito. “Analisando os dados de telemetria, notamos que a perda de pressão começou antes de Bottas atingir o espelho na reta”, explicou Berra. “Essas falhas aconteceram em outras partes do circuito, possivelmente devido a outros detritos ou outras razões.”
Os pneus usados no GP do Catar chegaram à base da Pirelli em Milão nesta semana, e a análise detalhada começou na quinta-feira. A investigação incluirá exames da estrutura dos pneus, testes de resistência à fadiga e verificação de danos nas laterais.
“Estamos realizando todos os testes habituais e analisando a seção cruzada dos pneus, avaliando o estado das laterais e a resistência residual”, explicou Berra. Ele acrescentou que os resultados completos devem ser divulgados em até duas semanas.
Questionado se as falhas poderiam estar relacionadas às zebras agressivas de Losail ou a outros detritos na pista, Berra afirmou que essa questão é central na investigação. “É importante entender isso, tanto para as equipes quanto para nós. Vamos nos aprofundar nos detalhes para identificar a causa exata.”
A Mercedes compartilha a visão da Pirelli de que os destroços do espelho não foram a causa das falhas. Andrew Shovlin, diretor de engenharia de pista da equipe, destacou que a telemetria de Hamilton indicou uma queda de pressão antes do espelho ser atingido.
“Surpreendentemente, podemos ver a pressão começando a cair antes de o espelho ser atingido por Bottas”, disse Shovlin. “Isso sugere que é improvável que tenha sido uma perfuração causada por destroços. Porém, isso não exclui a possibilidade de que algum outro detrito tenha causado o dano.”
O pneu dianteiro esquerdo foi submetido a grandes forças no circuito de Losail, especialmente devido à ausência de degradação significativa, que levou as equipes a utilizarem os compostos em níveis próximos ao limite de desgaste. Essa prática aumenta a suscetibilidade a danos, especialmente em curvas de alta velocidade e áreas onde a pista apresenta condições severas para os pneus.
Com os resultados da investigação ainda pendentes, a Pirelli e a FIA continuam trabalhando para garantir que causas semelhantes sejam mitigadas em eventos futuros.