F1: “Red Bull precisa fazer o ‘segundo assento’ funcionar”, diz ex-estrategista

A sequência de quatro títulos de pilotos de Max Verstappen na Red Bull Racing não é inédita, já que Sebastian Vettel também venceu o campeonato de pilotos entre 2010 a 2013 na mesma equipe. Porém, ser companheiro de equipe de Verstappen, já se mostrou uma tarefa difícil, como foi demonstrado com Pierre Gasly, Alex Albon, e mais recentemente, Sergio Perez. Isso levou a ex-estrategista da Aston Martin, atual comentarista da Sky Sports, Bernie Collins, a afirmar que a Red Bull precisa fazer algo para que a segunda vaga na equipe funcione.

Mais uma vez, a Red Bull tem uma nova dupla de pilotos, após demitir Perez depois de uma temporada sofrível em 2024, na qual o piloto mexicano lutou com o desempenho. O início de temporada promissor, com quatro pódios em cinco corridas, se esvaiu e ele marcou apenas 67 pontos depois da China, com apenas nove pontos vindo nas últimas oito corridas.

Enquanto Verstappen comemorava seu quarto título consecutivo de campeão de pilotos na Fórmula 1, Perez suportou uma enxurrada de rumores afirmando que ele seria dispensado pela equipe. Isso realmente aconteceu após a temporada, com a Red Bull anunciando em meados de dezembro que havia dispensado Perez, mesmo com o mexicano tendo contrato em vigor até o final de 2025.

Isso encerrou a passagem de quatro anos de Perez pela Red Bull, uma passagem que já estava em dúvida em 2023, quando ele lutou para acompanhar Verstappen, vencendo duas corridas contra dezenove de seu companheiro de equipe. Ele manteve seu lugar em virtude de seu P2 no campeonato de pilotos daquele ano, mas seus 285 pontos ficaram bem abaixo dos 575 de Verstappen. Seu déficit foi novamente inferior a 300 pontos em 2024, 152 a 437, mas desta vez custou à Red Bull no campeonato de construtores, já que eles terminaram na terceira posição.

Collins, que conhece Perez de seus dias na Force India/Racing Point e na McLaren, disse que era tudo um pouco frustrante de assistir, e questionou se a Red Bull está fazendo o suficiente para fazer o segundo carro funcionar. Afinal, não é a primeira vez que um piloto ganha quatro títulos enquanto seu companheiro de equipe não ganha nenhum.

“Eu trabalhei com Checo anteriormente na McLaren, trabalhei com ele durante todo o seu tempo na Force India”, disse ela ao podcast Red Flags. “Ele fez muitas estratégias realmente funcionarem e, quanto à Red Bull, não posso realmente comentar sobre o que está dando errado lá, mas é um pouco frustrante, já que ele está naquele carro há tanto tempo contra Verstappen. Obviamente, no passado, criticamos muito a Red Bull por se livrar de companheiros de equipe muito rapidamente, então, eles trabalharam com Checo por um longo tempo. Mas do ponto de vista geral, o carro precisa ser substancialmente alterado em relação ao que Verstappen pilota, isso parece ser o caso. Então, isso não aconteceu? Eles não trabalharam juntos como um grupo?”

“Certamente eles poderiam ter melhorado o desempenho ano a ano, corrida a corrida. Houve lampejos reais de que estava indo bem. Para mim, Checo tem uma força mental muito boa. Ele tem muita família com ele nas corridas, muitas vezes é bastante agitado, mas ele tem muito apoio. Ele é a primeira pessoa a entrar, tipo, no escritório e dizer: ‘Oh, aquela sessão de classificação foi uma porcaria porque estávamos tipo, sei lá, sei lá, como vamos vencer a corrida?’ Ele é a primeira pessoa a mudar isso, mesmo antes de eu ter feito isso. Então, acho que a Red Bull como equipe precisa realmente olhar para esse segundo assento. Como eles fazem com que quem estiver nesse segundo assento funcione? Quais mudanças precisam ser feitas no carro, nas pessoas ao redor, tipo, ninguém chegou perto de Verstappen”, acrescentou.

“A Red Bull realmente precisa fazer esse segundo assento funcionar para continuar vencendo no campeonato de construtores. Não tenho certeza de como deu errado, mas é uma pena ver Checo sair”, completou Collins.