F1: Red Bull revela que o processo de design do RB18 era “potencialmente um desastre”

O RB18 da Red Bull, é atualmente o melhor carro do grid da F1. Sua aerodinâmica e potência se adaptam bem a qualquer circuito e tem sido o carro dominante de 2022. No entanto, nem sempre foi assim. A equipe técnica da Red Bull diz que nos testes pré-temporada, eles não tinham certeza se o design do carro funcionaria tão bem.

Os novos regulamentos técnicos entraram em vigor este ano. Isso significa que a filosofia dos carros mudou completamente para o efeito solo. Sendo assim, a chance de um erro de design criar um carro totalmente não competitivo era muito maior, pois havia muito menos conhecimento sobre esse conceito. A Mercedes confirmou isso com o W13.

Após oito anos de domínio na F1, este ano a equipe alemã projetou um carro com o conceito mais radical do grid. Porém, as coisas não funcionaram como esperado, e até agora, com quatro corridas restantes na temporada, não conquistaram uma única vitória.

Entretanto, a Mercedes não foi a única que se preocupou com o design do carro. A Red Bull admitiu que nos testes pré-temporada, eles também se preocupavam se o novo conceito para o RB18 iria funcionar. No podcast F1 Nation, o chefe da engenharia da Red Bull, Rob Marshall, explicou: “Acho que, sob os novos regulamentos, é sempre difícil saber se você fez a coisa certa ou não.

“Acho que chegamos ao primeiro teste e descobrimos que, o que fizemos não estava muito longe do que previmos. Não parecíamos estar lutando com certos problemas que outras pessoas estavam tendo, e muitos continuaram tendo.

“Não acho que foi um grande triunfo do design. Mas certamente evitamos algumas cascas de banana e outras coisas que outras equipes tiveram.

“Não havia uma porca ou parafuso em excesso.

“Todas as regulagens aerodinâmicas eram diferentes, as regulagens do chassi completamente diferentes, nova suspensão, nova caixa de câmbio – não havia nada que você realmente pudesse dizer ‘isso está ok, não precisamos nos preocupar com isso’.

“A coisa toda era potencialmente um desastre, mas, felizmente, nada foi e, ao longo do ano, conseguimos resolver alguns dos problemas menores que tivemos e aproveitar isso.”

Até o carro do ano passado, o RB16, com o qual Max Verstappen venceu seu primeiro título mundial, a Red Bull usava um design com um ângulo mais alto, ou seja, com a parte de trás do assoalho mais levantada do que a parte da frente. Porém, o efeito solo, conceito dos novos regulamentos, parte da filosofia de sucção do ar a partir do assoalho, que precisa estar o mais próximo possível do chão.

“São feras diferentes. Você só precisava olhar para o ano passado para perceber que uma das suas características principais era a altura do carro em relação ao chão”, disse o engenheiro-chefe da equipe, Paul Monaghan.

“Em comparação com a Mercedes, nós usávamos a traseira muito mais alta, assim como a maioria das outras equipes.

“Agora você tem um carro de efeito solo, que precisa estar perto do chão – e precisa operar em uma faixa de velocidade quando está gerando força aerodinâmica. Você tem pneus que esmagam com altas cargas, então estamos mais altos em baixa velocidade e baixos em alta velocidade.

“Eles estão mais rígidos, mas estamos tentando manter toda a plataforma perto do chão. É um carro de efeito solo – não é uma surpresa. Lutamos com um programa de desenvolvimento maravilhoso, algumas pessoas muito qualificadas, para ter um carro que possa lidar com os rigores da temporada. Parece que estamos em uma boa faixa de desenvolvimento, então temos que focar e continuar.”

Adrian Newey, o chefe da aerodinâmica e responsável pelo design dos carros da Red Bull, juntamente com o diretor técnico, Pierre Waché, trabalharam para criar o sucesso de 2022, o RB18. Em entrevista à Sky Sports, Newey disse: “Acabou sendo uma daquelas temporadas dos sonhos.

“No início foi tudo com a Ferrari – eles foram mais rápidos em algumas pistas, nós fomos mais rápidos em outras. Tínhamos understeering [carro saía de traseira] inerente no carro que conseguimos tirar e, à medida que melhoramos isso, conseguimos ter um carro competitivo em todas as pistas.”