George Russell acredita que a saída de Lewis Hamilton da Mercedes no final da temporada 2024 da Fórmula 1, pode ser um fator positivo para a equipe. O jovem piloto britânico vê a mudança como uma ‘oportunidade para um novo começo e que pode levar uma nova chama’ para o time alemão.
O anúncio da ida de Hamilton para a Ferrari em 2025 pegou a Fórmula 1 de surpresa. A dupla piloto-equipe mais vitoriosa da história vai encerrar sua trajetória conjunta após seis títulos mundiais conquistados por Hamilton com as Flechas Prateadas.
Desde 2022, com a chegada da era dos carros de efeito solo, a Mercedes vem enfrentando dificuldades para brigar pelo título.
Em 2024, Russell lidera o confronto interno contra Hamilton no ano: 7 a 1 nas sessões de classificação, e 5 a 2 nas corridas completadas pelos dois pilotos. O britânico soma 54 pontos contra 42 de Hamilton, consolidando-se como a aposta para o futuro da equipe.
Visto como sucessor natural de Hamilton, Russell considera a mudança como parte de um processo natural de evolução: “Meu trabalho é superar meu companheiro e extrair o máximo do carro. É um novo começo para a equipe. Muitas pessoas aqui compartilharam sucessos com Lewis, mas mudanças frequentemente trazem uma nova motivação para todos.”
“Isso acontece para Lewis e vai acontecer para nós aqui no ano que vem. É preciso se adaptar e evoluir, e estamos nesse processo de reconstrução. É bom que Lewis esteja saindo agora, e não em 2021, quando teria sido difícil para toda a equipe”, afirmou Russell ao Daily Mail.
A Mercedes promoveu mudanças técnicas em meados de 2023 com o retorno de James Allison ao cargo de diretor técnico. A equipe também descartou o polêmico conceito ‘zero sidepod’ a partir do GP de Mônaco do ano passado, mas alterações mais profundas no W14 não puderam ser feitas ao longo da temporada.
O W15, carro de 2024, representa a primeira chance para a equipe implementar modificações mais amplas, incluindo o deslocamento da posição do cockpit para trás, conforme solicitado por Hamilton. No entanto, o carro não se mostrou tão competitivo quanto o esperado, ainda sem subir ao pódio até o momento na temporada.
Apesar disso, a Mercedes vem mostrando progressos, incluindo a introdução de uma nova asa dianteira em Mônaco. Russell afirmou que a equipe ‘foi longe demais’ com o conceito atual do carro: “Quando você olha para os dados e correlaciona com a sensação de pilotagem, entende porque o ano passado não foi bom, assim como o anterior. O foco estava todo na traseira, agora está todo na dianteira. O problema é que as mudanças que fizemos foram excessivas”, disse ele.
“Estava na direção certa, mas persistimos e passamos do ponto. Isso mostra que sempre há um meio-termo. Temos uma grande equipe e outras excelentes pessoas se juntando a nós. James (Allison) está de volta no comando e não está deixando nada passar. Há uma liderança clara, e como sou uma pessoa bastante racional, sei que o moral fica abalado quando você percebe que será uma temporada difícil”, finalizou o piloto britânico.