F1: Saga das asas flexíveis não deve ser encerrada com nova regra da FIA

As asas flexíveis voltaram à moda na Fórmula 1, e a mais recente ação da FIA para coibi-las terá o mesmo efeito das anteriores, segundo o jornalista de F1 Jake Nichol. Em 2024, McLaren e Mercedes estiveram sob os holofotes de alguns concorrentes e da FIA, com o design da asa traseira de baixa resistência da McLaren levantando muitas questões, principalmente após o GP do Azerbaijão, vencido por Oscar Piastri.

O motivo da alegação contra o design era que, em alta velocidade e sob carga, a asa flexionava a tal ponto que efetivamente criava um ‘mini-DRS’, o que, em parte, permitiu que Piastri permanecesse à frente de Charles Leclerc, que vinha com o DRS acionado em seu carro da Ferrari.

A FIA já monitorava a mais recente iteração do debate sobre asas flexíveis desde o GP da Bélgica, com câmeras monitorando pontos nas asas das equipes, enquanto as investigações aconteciam. É uma lei absoluta de uma asa que produz downforce que ela flexione sob carga, portanto, por definição, todas as equipes têm asas flexíveis, mas parafraseando a famosa linha do clássico de George Orwell, ‘A Revolução dos Bichos’: “Todas as asas flexíveis são iguais, mas algumas são mais iguais que as outras”.

Desnecessário dizer que a McLaren só voltaria a usar a asa em questão durante o GP de Las Vegas, e se ofereceu para modificar a peça de forma a evitar quaisquer protestos de equipes rivais.

A partir desse momento, a FIA anunciou que está ‘empenhada em garantir que a flexibilidade da carroceria não seja mais um ponto de discórdia para a temporada de 2025’. Para isso, o órgão regulador está aumentando o escopo dos testes de asa traseira a partir do início da nova temporada, com testes adicionais de asa dianteira a partir do GP da Espanha, em junho.

Essa ideia de uma abordagem ‘por etapas’ é permitir que as equipes se adaptem sem a necessidade de descartar componentes já existentes desnecessariamente. Em outras palavras, a FIA está esperando até a nona rodada da temporada para tornar os testes de asa dianteira mais rigorosos, para que as equipes não desperdicem as novas peças que passaram projetando e produzindo no intervalo entre as temporadas.

Mas apesar dos melhores esforços do órgão regulador, as asas flexíveis sempre desempenharão um papel na F1. Em 2010, após mais um foco de discussão sobre asas flexíveis depois do GP da Hungria, vencido por Mark Webber, Christian Horner disse: “Está em conformidade com os regulamentos e nossos técnicos só devem aceitar isso como um elogio porque, no final das contas, o carro está totalmente em conformidade. E depende do que você faz na pista e não do que você diz na imprensa”, disse ele na época.

Avançando para outra disputa de título acirrada em 2021, a Red Bull foi acusada de ter uma asa traseira flexível destacada no carro de Verstappen no GP da Espanha. Essa repressão às asas flexíveis deve durar o tempo que as equipes de F1 levarem para se distraírem com outro dispositivo técnico, que um rival implantou e que eles não conseguem descobrir como fazer. A atenção se voltará então para o que quer que aconteça, e em algum momento no futuro, o assunto sobre asas flexíveis estará de volta na Fórmula 1.



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