Carlos Sainz revelou em entrevista ao podcast ‘Nude Project’, o grande risco que correu durante o final de semana do GP da Arábia Saudita de Fórmula 1 no início do ano, antes de ser diagnosticado com apendicite.
O piloto da Ferrari se sentiu mal assim que chegou na Arábia Saudita, mas lutou contra a dor para completar os dois treinos livres na sexta-feira. No entanto, devido ao agravamento do quadro, Sainz foi ao hospital, onde descobriu a apendicite e precisou passar por uma cirurgia de emergência. O episódio abriu caminho para a estreia de Oliver Bearman na F1, que marcou pontos na corrida ao terminar em uma ótima sétima posição.
Relembrando o GP da Arábia Saudita e o início da dor, Sainz descreveu a rápida piora de seu estado: “Não tenho boas memórias daquilo”, disse Sainz. “Cheguei em Jeddah depois de terminar em terceiro no Bahrein. Havia começado a temporada muito bem.”
“Na quinta-feira de manhã, quando temos reuniões com a imprensa, engenheiros, eventos com patrocinadores, comecei a me sentir péssimo. Tive muita febre e não parava de ir ao banheiro. Fiquei muito mal por 24 horas. Na sexta-feira, tinha que entrar no carro para o treino livre e comecei a tomar remédio para controlar a diarreia e a febre”, disse ele.
“Eu consegui melhorar um pouco e pensei que se aguentasse com os remédios e a febre baixa, sem sentir vontade de ir ao banheiro antes de pilotar, poderia entrar no carro. Eu estava exausto porque não comia, não tinha energia, suava mais do que o normal, e foram os dois treinos livres mais difíceis de toda a minha carreira. Além disso, Jeddah é um circuito muito exigente fisicamente por causa das curvas rápidas e estava muito calor. Sofri bastante”, acrescentou.
Completar os treinos livres no primeiro dia na Arábia Saudita foi um grande erro de Sainz, já que seu médico revelou mais tarde que o piloto correu o risco de morte e de uma cirurgia bem mais complexa.
O processo de Sainz ir ao hospital e ser operado aconteceu rapidamente, embora ele tenha questionado os médicos se poderia correr antes de fazer a cirurgia. Ao saber que não teria chance de correr na Arábia Saudita, o foco de Sainz se voltou para retornar a tempo para o GP da Austrália, onde conquistou a vitória.
“Fiz os treinos livres na sexta-feira, mas pensei que se isso continuasse, não poderia participar na sessão de classificação pois sofreria muito”, continuou Sainz. “No dia seguinte, às 6 da manhã, continuava igual e percebi que podia não ser um simples vírus. Estava pior do que dois dias antes, então decidi ir ao hospital. Chegando lá, fizeram exames e confirmaram: ‘Você está com apendicite.’ E eu disse: ‘Temos que operar, né?’ Eles disseram ‘sim’ e me perguntaram: ‘Há quanto tempo você está assim?’ Eu disse a eles que dois dias e responderam: ‘Você está louco, porque se o apêndice estourar, você corre o risco de morrer e a cirurgia seria três vezes mais longa’,” continuou Sainz.
“Mesmo assim, só pensava na F1 e queria correr, então perguntei: ‘E se vocês me derem algo forte para eu conseguir correr e voltar amanhã para a cirurgia?’ Disseram que não, porque algo muito sério poderia acontecer e eu poderia morrer se o apêndice estourasse.”
“Eu disse: ‘Ok, me operem, mas tenho a corrida da Austrália em duas semanas. Estarei pronto para a Austrália?’ Eles me disseram que seria muito difícil e que eu não deveria pensar nisso, que veríamos como eu me sentiria após a operação. A recuperação, segundo me informaram, seria de cerca de 10 a 14 dias sem exercícios físicos, então fiz uma cirurgia de emergência. Perdi a corrida em Jeddah, o que me prejudicou muito no campeonato porque perdi 12-15 pontos com certeza, e a partir daí só pensei em ir para a Austrália e correr”, completou o piloto espanhol.