F1: Stella explica decisão por parar Norris antes de Piastri na Hungria

A McLaren tem estado sob intensa análise nas últimas semanas devido a erros estratégicos que potencialmente custaram várias vitórias  na F1 em 2024. Apesar de conquistarem uma dobradinha na Hungria, o time voltou a estar sob o holofote após toda a polêmica envolvendo Lando Norris e Oscar Piastri.

Na prova em Hungaroring, apesar de o britânico ter largado da pole-position, foi o australiano quem saltou para a ponta do pelotão, se mantendo na primeira colocação durante grande parte da disputa. Entretanto, o time inglês optou por parar Norris primeiro para protegê-lo de ataques dos pilotos que vinham atrás, mas sempre sob a promessa da inversão de posições.

Acontece que as coisas quase não saíram como o planejado, já que Lando começou a questionar a decisão da equipe, deixando em dúvida se permitiria seu companheiro retomar a ponta. Foi apenas com três voltas para o fim que Piastri viu o caminho livre para conseguir sua primeira vitória na F1.

Então, em entrevista após o GP da Hungria, o chefe de equipe da McLaren, Andrea Stella, explicou por que optaram por arriscar parando Norris antes de Piastri. “Sabíamos que ao colocar Lando primeiro, poderia ser essa a situação, mas não teríamos feito isso se não estivéssemos seguros de que isso seria corrigido. Hoje, aqui no Hungaroring e com tanto calor, essas eram duas variáveis que realmente queríamos acertar.”

“Primeiro, não queríamos fazer o pit-stop muito cedo porque os pneus estavam se degradando muito e não queríamos correr o risco de ficar sem pneus caso tivéssemos que parar e isso se tornasse um problema no final da corrida. Portanto, queríamos atrasar a parada o máximo possível. O segundo elemento é que você pode ter um problema no pit stop. Então, você precisa fazer seguro do ponto de vista do pit stop. Você quer parar só quando tiver três segundos? Porque então você sabe o que acontece, toda a pressão fica sobre a equipe no pit.”

“Eu não queria que, em uma corrida como hoje, a responsabilidade fosse da equipe no pit. Preferi assumir a responsabilidade no pitwall, garantir a dobradinha e então gerenciar a situação entre o pitwall e os pilotos. Porque conversamos sobre a situação e sabemos como lidar com ela.”

O italiano explicou ainda mais e enfatizou que não queria que um pit stop lento custasse a vitória. “Eu simplesmente não queria uma situação no pit stop onde houvesse um problema com uma porca, um problema com a execução, que nos colocasse atrás de uma Mercedes ou Ferrari.”

“Hoje vimos com Verstappen o que pode acontecer. Verstappen teria os pneus muito mais frescos do que os pilotos à frente. Acredito que estaríamos falando de algo diferente se isso fosse o caso, como aconteceu com Verstappen. Eu sei que para a mídia, sei que para quem assiste na TV isso se torna uma história.”

“Mas para nós internamente, isso faz parte da maneira como corremos e é por isso que investimos tanto em cultura, em valores e na mentalidade. Porque queremos ser capazes de gerenciar essa situação se quisermos estar no campeonato com Lando, com Oscar e com a McLaren.”