Em entrevista durante o Grande Prêmio de São Paulo de 2024, Andrew Shovlin, diretor de engenharia de pista da Mercedes, ofereceu uma análise detalhada sobre as dificuldades enfrentadas pela equipe nas sessões iniciais. Ele destacou o impacto do calor e das condições irregulares da pista de Interlagos, explicando como esses fatores afetaram o desempenho dos pilotos Lewis Hamilton e George Russell, especialmente na qualificação sprint.
Shovlin relatou que o calor intenso do TL e a recente repavimentação do circuito criaram desafios extras para o ajuste dos carros. Embora ambos os pilotos tenham conseguido executar boas simulações de corrida durante o treino, o efeito da superfície acidentada exigiu ajustes minuciosos que não foram inteiramente eficazes quando testados na prática.
“Logo ficou claro que o circuito com nova pavimentação continuava tão irregular como sempre, e que isso nos traria desafios de configuração para o fim de semana,” afirmou Shovlin.
Uma das questões principais abordadas por Shovlin foi o impacto das ondulações da pista na confiança dos pilotos e no controle do carro. Tanto Hamilton quanto Russell experimentaram dificuldades com o equilíbrio, especialmente na traseira, o que levou a uma perda de confiança e tempo de volta. Shovlin explicou que, apesar das pequenas mudanças feitas antes da qualificação sprint, os “trancos na traseira” acabaram prejudicando a performance dos pilotos. Esse comportamento instável foi determinante para Hamilton, que acabou eliminado por uma margem mínima no SQ2, terminando na P11. Russell, por sua vez, conseguiu avançar para o SQ3, alcançando P6, mas com uma diferença considerável para o pole position, Oscar Piastri.
Apesar das dificuldades iniciais, Shovlin vê o Sprint como uma oportunidade essencial para aprimorar o acerto do carro, principalmente em termos de equilíbrio em trechos longos. “A sprint amanhã será útil para aprender sobre o equilíbrio em longas voltas antes da classificação à tarde,” destacou ele. Isso mostra a intenção da Mercedes de aproveitar os dados da corrida curta para ajustar o carro de forma precisa para a prova principal. Além disso, Shovlin apontou o histórico favorável do circuito para ultrapassagens como uma vantagem potencial para que Hamilton e Russell avancem, caso a equipe consiga encontrar o ritmo ideal.
A estratégia da Mercedes, portanto, será avaliar o desempenho do carro ao longo da sprint para identificar ajustes críticos. Com a P6 e P11 na largada, a equipe busca oportunidades de recuperação, especialmente considerando a possibilidade de ultrapassagens em Interlagos.
O F1MANIA.NET acompanha o GP de São Paulo ‘in loco’ com os jornalistas Gabriel Gavinelli, Kadu Gouvêa e Nathalia De Vivo.
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