Quem disse que a etapa final da F1 não traria bastidores agitados em Abu Dhabi? Sim, o Mundial de pilotos já está definido a favor de Max Verstappen. O mercado de pilotos para 2025 também foi concluído com o anúncio no mês passado de Gabriel Bortoleto na Audi/Sauber, marcando a volta do Brasil ao campeonato da F1 com piloto titular. Mas a quinta-feira nos Emirados Árabes Unidos foi bem agitada e um dos principais motivos foi a “treta” Verstappen X George Russell.
Está certo que a briga não nasceu no circuito Yas Marina, mas sim na etapa do Catar. Mas os ânimos parecem ter se acirrado mais – e obviamente a imprensa mundial está de olho em cada nova palavra, já que, sabemos bem, as rivalidades ajudam a vender boas histórias na F1 – que o diga a era áurea da F1 com Ayrton Senna e Alain Prost.
Quando disse que perdeu o respeito por Russell pelo comportamento “duas caras” na reunião com os comissários, Verstappen mostrou que ainda estava poupando as críticas. Aqui em Abu Dhabi ele fez questão de deixar claro sua revolta – a visão de quem está acompanhando o caso dá a entender que o holandês sentiu que o inglês “quebrou uma ética” entre os pilotos, ou seja, usou de má-fé uma interpretação de regulamento para roubar a pole da Red Bull.
Por outro lado, Russell mostra que sua atitude nada mais é do que questionar Verstappen, que “faz o que quer” e sempre passa por cima dos adversários. A imprensa britânica (quem não se lembra de Verstappen perguntando por ela no GP Brasil de F1 após a brilhante vitória em Interlagos…) entrou no jogo e trouxe até o caso do holandês puxando a punição para Norris na bandeira amarela no Catar – o que de fato veio a acontecer e tirou as chances da McLaren.
E não é só a imprensa que está colocando “fogo no parquinho”… Até os chefes de equipe estão na briga, com Toto Wolff indo junto com Russell na sala de entrevista e Christian Horner defendendo Max – e obviamente sobraram até comparações do comportamento “canino” dos dois! Sim, fica surreal a cada dia – e lembre-se, a ação de pista sequer começou. Outro detalhe importante: Russell é o líder da Associação de Pilotos (GPDA), o que deixa a disputa nos bastidores ainda mais ferrenha.
A briga monopolizou as manchetes, mas o GP de Abu Dhabi também tem a luta pelo título mundial de construtores, onde Charles Leclerc e Carlos Sainz fizeram questão de dizer hoje nas coletivas da Ferrari que os italianos ainda tem chance. Mas que, claro, dependem de um dia ruim da McLaren. O time inglês por sua vez teve um dia discreto – mas Norris bem que riu ao ser perguntado sobre a “treta” Verstappen e Russell. Pelas respostas, dá pra ver que nesta disputa o piloto torce… pela briga mesmo…
Para o Brasil, a etapa de Abu Dhabi pode ser histórica. Primeiro com a expectativa de um outro bom desempenho de Felipe Drugovich no treino livre 1 amanhã em Abu Dhabi com a Aston Martin. Ele sabe que uma boa performance pode ajudar a aquecer seu nome no mercado de pilotos, como contou em entrevista exclusiva a F1MANIA.NET no paddock:
Exclusivo: Drugovich destaca importância do treino de amanhã para futuro na F1
Já na F2, Gabriel Bortoleto lidera o campeonato por meio ponto e tem boas chances de sair de Abu Dhabi com mais um título de campeão. Com bastante confiança e tranquilidade, ele recebeu nossa reportagem no box da Invicta aqui em Abu Dhabi para um papo sobre a luta por esta conquista, que o colocaria no mesmo patamar de Charles Leclerc, George Russell e Oscar Piastri, três pilotos vencedores de GP e protagonistas do Mundial de 2024 que venceram a F3 e F2 em seu ano de estreia. Confira o bate papo exclusivo com Bortoleto, que também falou sobre sua contratação para F1 em 2025:
A corrida ainda vai marcar a despedida de Lewis Hamilton na Mercedes, a parceria que rendeu seis dos sete títulos mundiais do recordista dos números da F1 (empatado em campeonatos com Michael Schumacher, mas com mais poles e vitórias). Nesta quinta, a equipe alemã convidou a imprensa internacional para uma confraternização e exibiu no telão uma emocionante homenagem em vídeo com momentos marcantes da carreira de Hamilton.
Despedidas também serão a tônica em outras equipes, como a Ferrari com Carlos Sainz, a dupla da Haas, da Sauber e até na Alpine, onde Esteban Ocon foi pego de surpresa e ficou de fora do grid em Abu Dhabi. E na Red Bull? Hoje, Perez mais uma vez fez questão de mostrar tranquilidade, mas sua fisionomia já parece bem mais preocupada do que o começo do ano. Será que em 2025 a Red Bull finalmente terá uma nova companhia para Verstappen?
O F1MANIA.NET acompanha o GP de Abu Dhabi ‘in loco’ com o jornalista Rodrigo França.