O agora ex-chefe da equipe AlphaTauri, Franz Tost, criticou publicamente as reclamações sobre o calendário lotado da Fórmula 1, que em 2024 contará com 24 GPs. Em entrevista à revista GP Racing, Tost chamou as queixas de ‘piada’ e comparando-as à rotina de trabalho extensiva que era comum na F1 durante sua juventude.
Tost, agora com 67 anos, relembrou como na época em que trabalhava para a BMW, a equipe trocava o motor do carro todos os dias durante um fim de semana de corrida, voltando ao hotel apenas de madrugada. “Ninguém reclamava. E às 06 ou 07 da manhã tínhamos que nos levantar e ir para a pista. Era normal”, disse o austríaco.
Questionado sobre o termo ‘burnout’ (síndrome do esgotamento profissional), Tost afirmou que esse conceito era desconhecido durante sua época de jovem na F1. “As pessoas reais ainda não sabem o que isso significa. ‘Burnout’ é para preguiçosos. As pessoas reais que gostam de trabalhar não conhecem isso”, disse ele.
Tost reconhece que 23 ou 24 corridas podem ser um limite em termos de carga de trabalho para os funcionários das equipes, que muitas vezes passam semanas longe de casa. “Para mim, isso não é problema algum. Mas para outras pessoas é. Os mecânicos têm dias de folga após cada corrida, mas os engenheiros têm menos tempo livre”, disse Tost. “Eles voltam depois de uma corrida, analisam tudo e se preparam para a próxima. E se eles têm família em casa, a história muda.”
As declarações de Tost geraram polêmica no meio da F1, com alguns concordando com a sua visão de trabalho duro, e outros o criticando por ignorar as questões de saúde mental e bem-estar dos funcionários das equipes. O debate sobre o calendário lotado e o impacto sobre os profissionais da F1 deve continuar nos próximos meses, à medida que a categoria se prepara para a temporada 2024.