Toto Wolff, chefe da Mercedes, demonstrou desejo de ver o retorno do GP da Alemanha ao calendário da Fórmula 1, mas admitiu que a perspectiva de uma prova no país é remota no momento. Para ele, a falta de interesse dos alemães na categoria é resultado de uma ‘ressaca dos anos Schumacher’.
A Alemanha foi um dos países mais dominantes na Fórmula 1, somando doze títulos, sendo dez deles entre os anos 2000 e 2016. Michael Schumacher conquistou cinco títulos consecutivos entre 2000 e 2004 (além de mais dois em 1994 e 1995), enquanto Sebastian Vettel somou outros quatro entre 2010 e 2013. Nico Rosberg encerrou a sequência ao derrotar Lewis Hamilton em 2016.
Mesmo com esse histórico vitorioso, o público alemão parece ter perdido o entusiasmo pela categoria, o que reflete na ausência de um GP local desde 2020, realizado no Nürburgring em caráter excepcional devido à pandemia.
Wolff comentou o fenômeno ao jornal Stuttgarter Zeitung: “É um fenômeno alemão estranho, e ninguém consegue explicar. Sempre tivemos grandes pilotos, mais recentemente Rosberg e Vettel. Agora, temos Nico Hülkenberg no grid, enquanto países como Itália e Brasil demoraram para voltar a ter representantes”.
Ele também mencionou o declínio na audiência televisiva no país como mais uma barreira para um retorno da Fórmula 1 à Alemanha.
Para Wolff, o maior entrave está na falta de investimentos políticos e econômicos na categoria. Ele comparou a situação com a Áustria, onde a corrida no circuito de Spielberg recebe amplo apoio: “Em casa, políticos de todas as correntes apoiam a corrida porque reconhecem seu valor agregado”, acrescentou.
O chefe da Mercedes questionou se o cenário político e econômico da Alemanha oferece condições para atrair investidores interessados em financiar um evento de Fórmula 1. “Para obter o retorno certo, primeiro é necessário que alguém esteja disposto a investir”, encerrou Wolff.
A possibilidade de um retorno da Fórmula 1 à Alemanha depende, portanto, de um esforço conjunto que ainda não se materializou. Enquanto isso, Wolff continua a lamentar a ausência de um país com tanta história na categoria.
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