Toto Wolff, chefe da Mercedes, expressou sua frustração com a ausência da Alemanha no calendário da Fórmula 1, destacando a falta de vontade política e econômica para sustentar um Grande Prêmio no país. Em entrevista ao Stuttgarter Zeitung, o austríaco comparou a situação alemã com a de seu país natal, que recebe o GP da Áustria com amplo apoio.
“A Áustria apoia a corrida em todos os aspectos. Somos um país de alta tecnologia e inovação, com o suporte de pessoas de todas as esferas”, afirmou Wolff. O evento austríaco, promovido pela Red Bull, é exemplo do engajamento político e empresarial necessário para garantir o sucesso de um Grande Prêmio.
Reflexos do legado Schumacher
Wolff acredita que a Alemanha ainda está presa ao legado de Michael Schumacher, que transformou o país em um dos maiores mercados da Fórmula 1 durante sua era de ouro. No entanto, ele reconhece que pilotos igualmente talentosos, como Nico Rosberg e Sebastian Vettel, não conseguiram gerar o mesmo nível de entusiasmo nacional.
“É um fenômeno alemão peculiar que ninguém consegue explicar completamente”, disse Wolff, ao refletir sobre como a paixão pelo esporte não foi sustentada mesmo com o sucesso de outros grandes pilotos.
O desafio econômico e político
Tanto Hockenheim quanto Nürburgring, circuitos históricos que já receberam inúmeras corridas da Fórmula 1, demonstraram pouco interesse em arcar com os riscos financeiros de sediar um evento. Para Wolff, essa falta de iniciativa é um reflexo das condições políticas e econômicas da Alemanha.
“Para obter um retorno sobre o investimento, alguém precisa investir primeiro”, argumentou o chefe da Mercedes. Ele questiona se o país oferece as condições adequadas para atrair investimentos em um Grande Prêmio, especialmente em um cenário onde os custos de organização são elevados e o retorno depende de amplo apoio institucional.
Alemanha fora de um cenário global crescente
Enquanto a Fórmula 1 continua expandindo para novos mercados e consolidando seu apelo global, a ausência da Alemanha destaca um contraste marcante. Países como os Estados Unidos têm intensificado seu comprometimento com o esporte, com múltiplas corridas em território americano, enquanto a Alemanha, outrora uma potência no cenário da F1, está completamente ausente do calendário atual.
Com o crescente interesse global na Fórmula 1, a falta de um Grande Prêmio na Alemanha é vista como uma oportunidade perdida tanto para o país quanto para o esporte. Entretanto, sem mudanças no engajamento político e no apoio econômico, o retorno da Alemanha ao calendário parece cada vez mais distante.