Quase três anos após o controverso desfecho do GP de Abu Dhabi de 2021, Toto Wolff, chefe da Mercedes, revela que o impacto daquela corrida ainda reverbera em sua mente. A decisão que deu a Max Verstappen seu primeiro título mundial e tirou de Lewis Hamilton a chance de um oitavo campeonato é uma ferida que Wolff admite revisitar “toda semana”.
Na corrida final de 2021, tudo parecia se encaminhar para mais uma conquista de Hamilton e da Mercedes. No entanto, o acidente de Nicolas Latifi, que trouxe o safety car, mudou completamente o rumo da disputa. Michael Masi, então diretor de prova, tomou a decisão de permitir que apenas os carros entre Hamilton e Verstappen tirassem a volta, o que possibilitou que o holandês, com pneus novos, ultrapassasse Hamilton e levasse o título.
Durante uma conversa no podcast High Performance, Wolff detalhou como essa lembrança o persegue. “Toda semana. Toda semana tem um momento em que penso sobre isso, mas, principalmente, porque acredito que Lewis merecia ser o maior de todos os tempos, com oito títulos mundiais”, disse o chefe da equipe alemã.
Perguntado sobre o que sentiu após a bandeira quadriculada naquele dia, ele respondeu: “Raiva. Não algo como depressão ou tristeza, apenas raiva. Raiva de que um indivíduo conseguiu tirar um oitavo título do melhor piloto do mundo por causa de uma má decisão.”
Wolff também revelou que, durante a temporada de 2021, buscou conselhar Masi, na tentativa de evitar decisões impulsivas que pudessem afetar o campeonato. “Eu realmente tentei falar com Michael e orientá-lo durante o ano todo. Conversava com ele e dizia: escute, estou no esporte há muito tempo. Escute os pilotos. Não seja sempre teimoso em suas decisões. Eu tentei fazer isso pelo bem do esporte e, obviamente, também para nós como equipe, para não ficarmos vulneráveis a situações que poderiam ser totalmente prejudiciais. Então, nesse sentido, o que aconteceu é imperdoável.”
“Outras pessoas, não só eu, tentaram ajudar da maneira certa. Mas, às vezes, você percebe que alguém está apenas fazendo suas próprias coisas ou tomando suas próprias decisões. Então, para mim, isso já não importa mais. Agora nós falamos sobre isso. Perdemos três minutos do nosso tempo, mas ele não tem relevância,” concluiu Wolff.
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