Toto Wolff não esperava que James Vowles entregasse sua demissão, mas já sabia que ser chefe de equipe na Fórmula 1, sempre foi um objetivo para o ex-estrategista-chefe da Mercedes.
Na temporada passada, o ex-chefe da Ferrari, Mattia Binotto deu início a uma rodada de mudanças nas equipes da F1, com o italiano apresentando sua demissão logo após o final da temporada 2022.
A Williams anunciou na mesma época que Jost Capito, que ocupava o cargo de CEO e também de chefe da equipe, estava fora, enquanto a McLaren revelou que Andreas Seidl iria para a Alfa Romeo-Sauber para substituir Fred Vasseur, que por sua vez estava indo para a Ferrari.
Na metade de janeiro a Williams anunciou que o ex-estrategista-chefe da Mercedes, Vowles, assumiria o cargo de chefe da equipe em 20 de fevereiro, com Vowles encerrando assim sua carreira em Brackley, que começou nos dias da BAR/Honda, antes da equipe se tornar a Mercedes.
“Foi uma grande surpresa”, admitiu o chefe da Mercedes, Wolff, falando ao Speedweek.com. “Mas ele sempre teve esse objetivo em mente, e conosco essa ascensão está atualmente bloqueada por mim mesmo.”
Wolff não teve problemas em liberar Vowles de seu contrato, afirmando que não o impediria de seguir seu sonho, pois é uma mudança que beneficiará a Williams e a Fórmula 1 como um todo.
“James é um jogador muito inteligente e racional, então o liberamos do contrato”, disse Wolff. “É bom para a Fórmula 1 como um todo se um homem como ele tomar decisões na Williams no futuro.”
Wolff já havia falado sobre a saída de Vowles, com o chefe da equipe reconhecendo a enorme perda que será para ele e para a equipe Mercedes.
“De um lado pessoal, obviamente, James fará falta. Trabalho de perto com ele há muitos, muitos anos”, disse ele ao The Race. “Nós dois, mais alguns outros, mas principalmente nós dois, éramos fortes aliados e fortes ‘sparrings’ ao tomar as decisões difíceis nas corridas. E quase nunca discordamos”, afirmou Wolff.
A Mercedes não tem planos de substituir Vowles diretamente, com Wolff afirmando que em vez disso, a equipe contará com seu grupo existente de estrategistas para executar as tarefas.
“Temos uma equipe de estrategistas extremamente talentosa”, disse o austríaco. “Temos nove pessoas, alguns muito seniores, que nem sempre estão na linha da frente, e outras que cresceram dentro da organização.”
“Eles ‘pilotaram o avião’ sozinhos nos últimos seis meses e, antes disso, apenas sob a supervisão de James. Estou muito confortável com a estrutura daqui para frente. E não é que de repente uma grande fraqueza foi criada”, encerrou Wolff.