O Presidente da Associação dos Pilotos de Grande Prêmio (GPDA) e ex-piloto da Fórmula 1, Alex Wurz, afirmou que as medidas de segurança implementadas na categoria após o assustador acidente de Romain Grosjean no GP do Bahrein em 2020, resultaram em condições de pilotagem mais severas para os pilotos.
Após o recente GP do Catar foi aberto um debate sobre condições climáticas extremas, depois que vários pilotos enfrentaram dificuldades para terminar a corrida sob intenso calor e umidade no Circuito Internacional de Lusail.
Logan Sargeant, da Williams, abandonou devido a desidratação, enquanto Esteban Ocon, da Alpine, chegou a vomitar durante a corrida. Pilotos como Lance Stroll e George Russell revelaram que estavam perto de desmaiar enquanto corriam, com o canadense Alex Albon visivelmente lutando para manter a compostura ao sair do carro.
Embora as temperaturas ambiente tenham atingido cerca de 32 graus Celsius durante a corrida e de forma alguma tenham sido as mais quentes da história da Fórmula 1, os efeitos das unidades de potência, baterias, radiadores e linhas hidráulicas localizadas perto do cockpit significam que as temperaturas são, na realidade, muito mais elevadas.
Abordando a questão de saúde em uma entrevista à BBC Sport, Wurz disse: “É fácil demais dizer: ‘Aqui está um plano de academia, vá em frente’. Há múltiplos fatores que contribuem e que precisam ser compreendidos por todos.”
“Minhas reflexões iniciais giram em torno das lições de outras categorias, que mostraram o calor como um fator limitante para os pilotos. Bancos com resfriamento, por exemplo, funcionam muito bem e não são difíceis de produzir e instalar. Isso é algo com o qual todas as equipes deveriam estar trabalhando.”
“É preciso haver melhor isolamento e/ou resfriamento de ar para as caixas elétricas muito quentes, que muitas vezes estão localizadas perto do banco do piloto, ou no futuro, redirecionar linhas hidráulicas quentes, para que o ambiente do banco do piloto não superaqueça. Todo o conjunto de regras tem testes e limites para muitas partes do carro. Dado que o piloto é uma das partes de desempenho da equação, talvez seja hora de definir limites para o calor a que são submetidos”, acrescentou.
Grosjean esteve envolvido em um terrível acidente no Bahrein há três anos, quando seu carro da Haas se partiu ao meio, após bater violentamente na barreira de proteção, sendo envolvido em uma imensa bola de fogo.
O francês sobreviveu e passou seu tempo desde então na IndyCar, enquanto lições foram aprendidas para melhor proteger os pilotos em cenários semelhantes. Uma das medidas tomadas foi melhorar os macacões à prova de fogo usados pelos pilotos, que embora ofereçam maior resistência ao fogo, também reduziram a ventilação de ar.
“Eles (macacões) te cozinham”, afirmou Wurz. “Recentemente, testei um carro usando os novos macacões à prova de fogo obrigatórios, e fiquei chocado com o quão quente estava. Claro, esses macacões à prova de fogo existem por um motivo muito bom, e não estou sugerindo um retorno a padrões mais baixos de proteção contra incêndios, mas para aqueles que não estão cientes do que está acontecendo, esse é um dos muitos fatores que contribuem (para o que ocorreu no Catar)”, finalizou Wurz.
This website is unofficial and is not associated in any way with the Formula 1 companies. F1, FORMULA ONE, FORMULA 1, FIA FORMULA ONE WORLD CHAMPIONSHIP, GRAND PRIX and related marks are trade marks of Formula One Licensing B.V.